Por unanimidade, os desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) julgaram pelo indeferimento do pedido do MP-AL em colocar o prefeito de Delmiro Gouveia, Luiz Carlos Costa, o “Lula Cabeleira”, como mandante no processo sobre a morte do então vereador Fernando Aldo Gomes Brandão, ocorrido em 2007, na cidade de Mata Grande, no sertão do Estado.
Os magistrados acompanharam o voto do relator do processo, o Desembargador Orlando Manso. O julgamento ocorreu na manhã desta terça-feira (31), no Pleno da corte.
Em seu voto Manso afirmou que nos autos do processo não contem “fatos e nem provas” que liguem o réu aos autores materiais. O desembargador Washington Luiz, que é da mesma região do réu, afirmou durante seu voto, conhecer o histórico de vida de Lula Cabeleira e disse que nunca teve conhecimento de “nenhuma história de violência”.
Recentemente, o TJ manteve a decisão de pronúncia contra Eliton Alves Barros, também acusado de ter participação no crime. Lula Cabeleira e o ex-deputado Cícero Ferro foram citados no processo como autores intelectuais do crime.
O caso
Fernando Aldo Gomes Brandão foi morto na madrugada de 01 de outubro de 2007, na cidade de Mata Grande, após participar de uma das maiores festa da região, o Mata Grande Fest.
Segundo o inquérito da Polícia Civil, por volta da 1 hora, Fernando Aldo deixou sua família no palanque da festa e disse que ia até o carro para descansar um pouco. Ao chegar ao veículo, notou que um dos pneus estava vazio e quando abriu a porta do carro foi rendido pelo soldado Marlon, que efetuou nove disparos de pistola nove milímetros.
De acordo com a Polícia, o crime seria praticado no dia anterior após a Missa do Vaqueiro, na cidade de Delmiro Gouveia, mas não foi consumado porque o vereador estava o tempo todo com o filho de seis anos no colo e os criminosos não teriam tido coragem de efetuar os disparos.
O atual prefeito de Delmiro Gouveia, Luiz Carlos Costa, o Lula Cabeleira, e o deputado estadual Cícero Ferro constam no processo como mandantes do crime, mas estão soltos gozando do foro privilegiado. Tanto Ferro como Lula já foram presos por determinação da Justiça. Ainda segundo a Polícia, o crime foi encomendado em setembro de 2007, pelo deputado Cícero Ferro, em sua própria casa.
Eliton Alves Barros, conhecido como “Wellington”, Dílson Alves, o soldado Carlos Marlon Gomes Ribeiro e Eronildo Alves Barros, o “Nildo” foram apontados como os autores materiais.
Dílson Alves foi condenado no ano passado a nove anos de prisão, depois de ser beneficiado pela delação premiada, ao revelar que teria recebido R$ 4 mil de Cícero Ferro. O soldado Marlon e Wellington continuam presos esperando o julgamento. Já Nildo morreu em um acidente automobilístico na capital Pernambucana
Por CadaMinuto