29 de julho de 2025

FRANCISCO NERY: O Brasil em Marcha

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O Governo Federal acaba de lançar um programa de peso para melhorar a logística dos transportes no Brasil. Serão cerca de R$52 bilhões empregados principalmente na criação e expansão das ferrovias até 2023. Já poderíamos ter uma infraestrutura compatível com o atual estágio de desenvolvimento da economia. A sangria dos juros da dívida interna, lamentavelmente (só neste exercício serão pagos R$230 bilhões aos credores), impede o crescimento e a eliminação de muitos gargalos. A Ferrovia Norte/Sul precisa alcançar o sul do Brasil, A Ferrovia do Aço precisa ser completada e a Leste/Oeste (que vai escoar a soja do Centro-Oeste pelo porto de Ilhéus, com custo bem menor que a rodovia), precisa ser iniciada. Cabe aos técnicos analisar – e aos políticos decidir – se este é o momento para a implantação do trem-bala entre o Rio e São Paulo a um custo de quase R$50 bilhões.

Enquanto isso, a democracia brasileira funciona. Em andamento, o julgamento do Mensalão no Supremo Tribunal Federal que acaba de condenar o primeiro réu, o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha, acatando denúncia do Procurador Geral da República. O imbróglio do Mensalão se desenrola e nos coloca a pensar: se o cidadão só se elege se corrompendo, se as verbas para campanha têm que ser desviadas dos cofres públicos, se o voto tem que ser conquistado através de pequenos favores ao eleitor desavisado, vale a pena, então, o candidato se corromper? Valeria a pena conquistar o poder por meios ilegais e abjetos para depois usar esse mesmo poder em favor dos mais desassistidos? Um erro justificaria o outro? Neste caso, estaria o eleito isento de julgamento e da ira de nós outros?

Os gerentes da economia fazem de tudo para salvar o crescimento do próximo ano. A taxa deste ano será pífia. Com a crise no resto do mundo e a não correspondente infraestrutura brasileira, fica difícil crescer a taxas satisfatórias estáveis que não gerem inflação. Fica difícil, em outras palavras, eliminar o chamado custo Brasil. A redução do IPI na venda de automóveis (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi prorrogada até o final do mês de outubro. Carros precisam ser vendidos para garantir empregos, manter a economia acesa e manter a voraz máquina arrecadadora do governo em funcionamento. Cerca de 40% do preço final de um carro no Brasil vão para os cofres do governo. Os R$5.2 bilhões de reais perdidos pelo governo com a redução do IPI voltam bonitinho para a Fazenda. O montante de arrecadação continua crescendo infelizmente para quase somente manter o custeio da máquina governamental e o pagamento dos juros da dívida. Nunca é demais repetir que estamos todos trabalhando para Tibério, ditado antigo dos meus avós que vem lá dos tempos da Roma Imperial.

Uma Organização Governamental estima que os brasileiros seriam 25% mais ricos se nós conseguíssemos acabar – pelo menos diminuir – a corrupção no Brasil. Mas isto só pode ser alcançado no Estado de Direito com as instituições funcionando. A História não abona as ditaduras nem as oligarquias, salvo em casos excepcionais, muitos deles com apoio popular, que justificariam o [perigoso] estado de exceção.

As eleições municipais estão às portas. Temos uma excelente oportunidade de demonstrar o quanto evoluímos. Se votarmos bem, estaremos provando que houve avanço. Se votarmos mal, estaremos evoluindo para trás; involuindo.

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