Na noite deste domingo (30), o candidato majoritário da coligação "Unidos por Delmiro" Eraldo Joaquim Cordeiro, o Padre Eraldo (PC do B), e seu vice Edmilson Cavalcante (PDT) foram conduzidos à delegacia regional de Delmiro Gouveia para prestar esclarecimento sobre o descumprimento de uma decisão judicial que ordenava a concessão de direito de resposta à coligação "A Vitória do Trabalho" que lança o prefeito Luiz Carlos Costa, o Lula Cabeleira (PMDB), como candidato à reeleição.
Além de Padre Eraldo e Edmilson Cavalcante, Paulo Soares, um dos coordenadores da campanha, também foi recolhido pela polícia em cumprimento de uma ordem do juiz da comarca local José Eduardo Nobre Carlos que determinou o comparecimento dos três à delegacia para a confecção de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em seus desfavores. O trio foi abordado quando se preparava para um comício no povoado Lagoinha.
Segundo apurou o Minuto Sertão, a união partidária de Padre Eraldo teria veiculado em meios de comunicação utilizados em sua campanha a informação de que seria falsa a pesquisa de intenção de voto encomendada pelo seu adversário, cujo resultado foi divulgado recentemente. O candidato a prefeito não teria concordado com o levantamento realizado pela empresa Teles Consultoria e Assessoria Empresarial onde saiu com 28% e Lula com 72%.
Diante da acusação de ter falsificado a pesquisa, os advogados da coligação "A Vitória do Trabalho" impetraram uma ação na justiça solicitando a retração imediata das afirmações divulgadas, pedido este que foi concedido pelo juiz eleitoral da comarca local que entendeu que o levantamento encomendado por Lula Cabeleira foi devidamente registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL) e realizado dentro da legalidade.
O magistrado ordenou que a coligação de Padre Eraldo concedesse direito de resposta referente ao que tinha divulgado em seus carros de som e mídias de campanha. Mas, o candidato a prefeito de oposição não tinha obedecido à ordem judicial, motivo pelo qual teve que comparecer à delegacia junto com seu vice e mais uma pessoa. Os três foram ouvidos e depois indiciados por desobediência.
Segundo o delegado regional Rodrigo Cavalcanti, a união partidária continua obrigada judicialmente a divulgar em seus meios de comunicação da campanha que a pesquisa propagada pela coligação de Lula Cabeleira é verdadeira. Caso isso não ocorra, já nesta segunda-feira (1), estão sujeitos a nova punição determinada pelo juiz local.
Em conversa com o delegado, os representantes da coligação "Unidos por Delmiro" não garantiram o cumprimento da determinação judicial. Eles avisaram que vão avaliar a decisão a ser tomada diante de seus advogados.
Ao sair da delegacia, Padre Eraldo, Edmilson Cavalcante e Paulo Soares foram ovacionados por uma grande quantidade de pessoas que os esperava na porta do distrito policial de onde seguiram juntos em caminhada pelas ruas da cidade.
