A pré-candidata ao governo de Pernambuco Marília Arraes (SD) afirmou hoje, por meio de sua assessoria, que lamenta que o PSB tenha submetido Lula a “tamanho constrangimento” em ato em que o ex-presidente saiu em defesa dos pessebistas Danilo Cabral, adversário da ex-petista na disputa estadual, e do governador Paulo Câmara, ambos vaiados em Garanhuns. “Os fatos e o apelo popular por seu nome durante o evento da Frente Popular, na cidade, falam por si”, disse a ex-petista, sobre o evento no qual militantes vaiaram o deputado federal Danilo Cabral (PSB), nome do partido para disputar o governo do estado.
“A pré-candidata, entretanto, lamenta que o PSB submeta o presidente Lula a tamanho constrangimento em Pernambuco”, afirma a nota.
Lula esteve em sua terra natal como parte da viagem de campanha por Pernambuco, que tem também como objetivo turbinar a candidatura do deputado. No estado, o nome de Luiz Inácio Lula da Silva é mais ligado ao de Marília Arraes, que desponta nas pesquisas de intenção de voto. Câmara e o prefeito recifense, João Campos (PSB), foram vaiados pela maioria dos presentes já ao subirem ao palco. Cabral foi vaiado por uma parte e aplaudido por outra.
Lula chegou a ir ao lado do governador para tentar amenizar, mas o climão seguiu durante todo o ato. Quando Cabral pegou o microfone, a militância do PSB, à beira do palanque, começou a gritar seu nome enquanto parte de trás, de maioria de petista — alguns com bottons da Marília —, vaiava. “Aqui não tem ajuntamento de projetos pessoais e de ressentidos. Aqui tem um projeto político, aqui tem um time que tá entrando em campo e tem uma história. Aprendi, na política, que as pessoas têm que ter lado, têm que saber o lado certo da história”, cutucou Cabral.
Constrangido, Lula — sempre último a falar — abriu seu discurso reafirmando que tinha apenas um nome em Pernambuco, Danilo Cabral, e deixou claro que este era o acordo com o PSB. Eu não confundo a minha relação pessoal com a minha relação política. O PT tem um compromisso nacional com o PSB e eu sou do tempo em que não precisava de documento, era no fio do bigode. Eu quero cumprir o compromisso com o PSB e quero que o PSB cumpra compromisso com o PT. Porque, se a gente não fizer assim, a gente não cria base para construir uma coalizão capaz de ensinar a sociedade brasileira a conviver democraticamente na adversidade.