Por Francisco Nery Júnior
No momento desta escrita, 96% dos resultados das urnas foram apurados. O ex-presidente Luiz Inácio da Silva tem uma vantagem de quatro pontos percentuais sobre o presidente Jair Bolsonaro. Ambos abaixo dos cinquenta por cento, teremos segundo turno.
Os estados do Nordeste foram os grandes responsáveis pela vitória de Lula no primeiro turno. Provavelmente a saga do candidato ex-retirante tenha influenciado, além da sua linguagem familiar ao homem nordestino.
Duas vantagens, porém, nos parece ter o presidente Jair Bolsonaro. A flagrante incompetência dos institutos de pesquisa que atribuíam a vitória do candidato do PT impedirá a influência das pesquisas no segundo turno. Eleitores que tendem a votar no candidato que supostamente lidera as pesquisas pensarão duas vezes antes de decidirem em quem votar. Com exceção de dois institutos menos conhecidos, todos erraram nas previsões. O resultado final entre Lula e Bolsonaro, a favor de Lula, girava em torno de dez por cento. Uma das previsões dava 58% para Lula e 38% para Bolsonaro.
Lula mantém o carisma e tentará enfatizar o seu lado Lulinha Paz e Amor e a sua proximidade com os mais pobres. Bolsonaro, por sua vez, contará com o suporte dos vários governadores, deputados e senadores vencedores com o apoio presidencial, a maioria dos quais vencedores com margens de diferença surpreendentes.
Na campanha do segundo turno, novas estratégias deverão ser adotadas pelos dois candidatos. O eleitor brasileiro, cada vez mais atento, prestará bastante atenção.