27 de julho de 2025

ARTIGO – Água, preço absurdo em Nantes, França. Alguma semelhança com Paulo Afonso? (Francisco Nery Júnior)

Por

Redação, sitepa4

Por Francisco Nery Júnior

J’ai mal au ventre de devoir payer une somme que je ne dois pas» : à 90 ans, cette Nantaise a reçu une facture d’eau de 3500€

La nonagénaire plaide une erreur de compteur, la métropole de Nantes invoque un problème de consommation. Depuis décembre, la retraitée rembourse 200€ par mois.

O texto acima foi extraído do Le Figaro de Paris. A senhora de 90 anos, aposentada, tem dor de barriga, cólicas, se sente mal com a obrigação de “pagar um total que não deve”. A Embasa de lá enviou uma fatura no valor de 3.500 euros (aproximadamente 18 mil reais). A nonagenária alega um erro do relógio e a empresa um problema de consumo. Talvez considerando a sua idade – ou o cúmulo do absurdo – o texto sugere ter havido uma acomodação e a pobre senhora, a partir de dezembro último, começou a receber um reembolso de 200 euros por mês.

Mês de janeiro, a fatura mensal da nossa Embasa me arrancou quase metade do meu salário de aposentadoria do INSS. Racionalizo o que posso e aproveito a água dos esgotos e da chuva. Mantenho o jardim “apenas para não morrer”, construí um elaborado sistema de canais e caixas de infiltração de águas usadas, e aí vai. Vale notar que paulatinamente tenho estado reduzindo a minha área verde. Fica a redação no presente perfeito contínuo, uma contribuição para concursandos e vestibulandos, para passar o sentimento de calvário crescente ou, se o leitor preferir, a percepção de extorsão legal.

Do início da minha morada, talvez restem apenas dez por cento da minha área verde. E somos apenas a mulher consorte e eu. A secretária casou e partiu e o cachorro morreu.

Alguma semelhança do meu calvário ou sofrimento – evitando termos tais que revolta ou ódio – com o episódio da velhinha da França?

Comprava couve na nossa feira grande. Uma humilde senhora procurava ganhar alguns reais com a venda de hortaliças. No meio da conversa, a revelação de ela haver desembolsado 200 reais pelo consumo mensal da água da Embasa embora “até banho de chuveiro eu já cortei” – declaração acre e pungente da pobre senhora pauloafonsina.

Alguém poderia argumentar, defender se for o caso, a atual política tarifária do Governo da Bahia em relação ao fornecimento de água tratada no estado?

Francisco Nery Júnior

P.S. A reprodução do texto original é uma tentativa de despertar nos nossos potenciais amantes do francês o gosto pela língua e a possibilidade de formarmos um clube de falantes em Paulo Afonso.

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