O martelo de Wagner
Na última reunião com líderes de mais de dez partidos da base aliada, o governador Jaques Wagner (PT) abandonou de vez a ideia de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2014. A hipótese ganhou força após o petista ter manifestado, em seguidas entrevistas à imprensa, o desejo de deixar o cargo antes do fim do mandato para concorrer ao Parlamento. No encontro, realizado quinta-feira à noite, Wagner também anunciou sua posição em torno da escolha do candidato que disputará a sucessão estadual sob o guarda-chuva governista: quer que a decisão seja tomada apenas em novembro ou dezembro, quando o cenário da batalha eleitoral estiver melhor cristalizado. Em síntese, o governador acha que, em meio à queda de popularidade de políticos ligados ao partido após a onda de protestos, e com a oposição em estágio de banho-maria, qualquer precipitação na escolha pode ser arriscada demais.
Linha direta
Em outra frente de ação para 2014, Jaques Wagner decidiu ampliar o canal de diálogos com setores da sociedade civil organizada, como forma de minimizar eventuais danos causados à imagem do governo pelos protestos de rua. Amanhã, recebe líderes religiosos. Na quinta-feira, reúne-se com integrantes da comunidade acadêmica, incluindo reitores de universidades públicas e privadas.
Fica pra depois
O PRP acionou a marcha lenta em relação às eleições na Bahia. Após um encontro realizado em Salvador, o presidente nacional do partido, Ovasco Rezende, o estadual, Aílton Lordelo, e o secretário-geral, o vereador Alexandre Marques, de Feira de Santana, anunciaram que as discussões sobre apoio estão suspensas. Por enquanto, a prioridade é montar a chapa para a disputa na Câmara e na Assembleia.
Estratégia de avestruz
A tática do ex-presidente Lula, que sumiu do noticiário no período da agitação das ruas, começou a ser seguida por uma boa parte dos políticos. Nos gabinetes de Brasília e de Salvador, houve redução no número de participações em eventos, com sucessivos cancelamentos de agenda pública. Por outro lado, há também a maré contrária. Entre as secretárias de deputados, senadores e líderes de partido, virou tema de conversa o baixo volume de convites feitos por entidades e prefeitos do interior nos últimos dias. Em tempos de degola popular, a turma tem preferido manter a cabeça enfiada na terra.
O homem retou!
Fale de qualquer bicho perto do presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, menos de sariguê. É que, durante uma entrevista na Tudo FM, quinta-feira passada, o deputado federal Félix Mendonça Jr, em tom de brincadeira, perguntou ao colega de partido se ele era homem ou sariguê, depois que Nilo subiu no muro ao ser indagado se disputaria o Palácio de Ondina sem o apoio de Jaques Wagner. O parlamentar não gostou e deixou claro sua macheza. Félix pediu desculpas, admitiu que passou do ponto de forma desrespeitosa, mas disse que, ao menos, a descortesia serviu para que o correligionário dissesse com firmeza que, se tiver apoio suficiente, entra na briga com ou sem o petista.
System Fail!
Quem tentou acessar ontem o site da Assembleia Legislativa da Bahia se deparou com um simpático fantasminha dançando, acima da mensagem: “Chega de ditadura moderna”, escrita por hackers que invadiram o endereço. O presidente da Casa, Marcelo Nilo, resignou-se: “Eles invadem até o site do presidente dos Estados Unidos, imagine o da Assembleia. O que posso fazer é denunciar na delegacia especializada”. Segundo ele, da última vez que o site foi hackeado, em 16 de junho, nada aconteceu com os invasores.
