Euclides Ribeiro nasceu em São José de Piranhas, na Paraíba, em 24 de Abril de 1920 e chegou em Paulo Afonso em 04 de Fevereiro de 1949, para trabalhar na Chesf.
Filho dos agricultores José Ribeiro Campos e de D. Ana Tavares Ribeiro conhecidos como Seu Zé e Dona Nanô, ele não teve oportunidade de estudar e diz “Eu nunca fui criança. Aprendi a carta do ABC apanhando algodão na roça, limpando mato e puxando cobra pra os pés”.
Aos 12 anos, vendia lenha na cidade, com o irmão Antonio, para ganhar algum dinheiro. Aos 15 anos, nem nenhuma experiência, conseguiu um emprego no comércio de estivas. Depois, trabalhou em uma loja de tecidos, “de terno e gravata como era exigência do padrão do comércio na época”.
Aos 21 anos, deixou a sua terra e foi trabalhar na Usina Santa Maria, no município de Areia, também na Paraíba. Ali ficou de 1942 a 1948.
Em 04 de Fevereiro de 1949, começou a trabalhar na Chesf “no depósito 03, do Almoxarifado de Paulo Afonso”.
Euclides Ribeiro diz que “com a chegada do Sr. Álvaro de Carvalho para chefiar a Divisão Comercial da Chesf em Paulo Afonso, passeia chefiar o Almoxarifado Central que possuía, naquela época, 43 depósitos, 90 mil itens de peças e um quadro de 70 funcionários. A partir do Almoxarifado Central de Paulo Afonso, foram criados os almoxarifados de Recife e de Salvador, em 1955 e de Cotegipe, em 1956 ficando todos sob a coordenação do Serviço de Material de Paulo Afonso de 02/10/1955 a 30/12/1968.”
Euclides Ribeiro recebeu a Matrícula Nº 116 da Chesf e trabalhou na empresa por 43 anos, dois meses e 29 dias. Foi eleito Operário Padrão da Chesf em 1979 e o 2º colocado a nível nacional.
Recebeu da diretoria da empresa medalhas de bronze, por cinco anos de serviço, de prata, por 10, anos, de ouro, por 30 anos e ainda duas medalhas de prata por 35 e 40 anos de serviço e uma Placa Cinquetenária, comemorativa dos 50 anos da hidrelétrica do São Francisco. Aposentou-se em 1992.
Casado com D. Estelita, pai de quatro filhos, “uma psicóloga, uma médica e dois engenheiros eletricistas” que lhe deram nove netos e quatro bisnetos, Euclides Ribeiro ainda encontrou tempo para servir à comunidade de Paulo Afonso.
Ainda em 1955, teve a alegria de ver inaugurada a Igreja de N.S. de Fátima, que se orgulha de ter ajudado a construir participando de inúmeras atividades e órgãos ligados à Igreja Católica.
Participou da construção da Casa da Criança I, com sete salas de aula. Foi diretor do Clube Paulo Afonso por 9 anos consecutivos, sendo de seu tempo a cobertura do Ginásio de Esportes e a implantação da boate do CPAZINHO.
Pouco depois de completar 93 anos, em Abril de 2013, falou dos fatos marcantes em sua vida e destacou:
“Foram muitos os fatos que marcaram a minha vida nesses anos todos, mas, dentre tantos, o fato de ser indicado como Operário Padrão da Chesf e ser o segundo colocado a nível nacional, fruto do meu trabalho na Chesf em Paulo Afonso, foi muito importante para a minha vida profissional e pessoal.
Foi, durante 12 anos o secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Paulo Afonso, que na época se chamava Secretaria de Serviços Urbanos. Inicialmente nomeado pelo prefeito Luiz Barbosa de Deus, permaneceu no cargo nas gestões dos prefeitos Anilton Bastos Pereira e Paulo Barbosa de Deus, no primeiro mandato. O anel de flores e a arborização dos dois lados da pista desde a entrada da ponte da Ilha de Paulo Afonso até a ponte D. Pedro II foram criados em sua gestão.
Como afirmou Francisco de Assis, o venerável da Loja Maçônica União do São Francisco, onde Euclides Ribeiro está desde 1989, “desde o início do ano que a União do São Francisco estava para fazer esta homenagem ao irmão Euclides Ribeiro, que seria em Abril, no seu aniversário, mas ele esteve doente por uns tempos e decidir fazer agora”.
Em sua homenagem a Loja Maçônica União do São Francisco, realizou um jantar no Restaurante Gato Risonho, na noite do dia 13 de Setembro. Ali estavam os maçons, com suas esposas e os familiares do Sr. Euclides, a esposa, filhos, netos e bisnetos.
Horas antes, Euclides Ribeiro recebeu uma significativa homenagem da Ordem DEMOLAY, da Maçonaria uma comenda que foi entregue a apenas seis pessoas no Estado da Bahia, incluindo esta a Euclides Ribeiro e a pouco mais de 20 pessoas em todo o Brasil, como informa o ex-venerável Josimar Luiz de Souza.
Muito animado e lúcido, caminhando para os 95 anos, Euclides Ribeiro fez um emocionado discurso num improviso de mais de 12 minutos, relatando um pouco de sua história de vida, agradecendo a pessoas e instituições que o acolheram e destacando duas delas, “a Maçonaria, ‘mãe da esperança e filha da caridade’ e a Chesf, ‘Redenção do Nordeste”.
Ressaltou, na sua fala segura, “a importância da família para uma sociedade sadia e estou aqui estou rodeado de pessoas da minha família de sangue, minha esposa Estelita, companheira de muitas décadas, meus filhos, meus netos e bisnetos, todos muito amados e da minha família maçônica, meus irmãos, minhas cunhadas”.
Todos os oradores que o antecederam, os filhos, Dr. Danilo, Adeilda Xavier, o professor Galdino, que mereceu um convite especial e pessoal do homenageado e o Venerável da Loja União do São Francisco, Francisco de Assis Ferreira, foram unânimes em destacar as qualidades e o exemplo de vida de Euclides Ribeiro, certamente um grande legado para a sociedade pauloafonsina.
"Agradeço a cada um por esse momento especial. Que o Grande Arquiteto do Universo cubra cada um, cada família, com muitos clarões de felicidade durante suas trajetórias na estrada da vida”.