5 de maio de 2025

Vera Onilde: personalidade marcante e a força da mulher no rádio!

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A quarta de dez irmãos, baiana de Chorrochó, Vera Onilde Ribeiro (50 anos) foi a voz que abriu as fronteiras do rádio pauloafonsino para a comunicação feminina no começo da década de 1981. Chegou à cidade com cinco aninhos. “Meu pai estava trabalhando na Chesf e daí pegou a família toda e viemos embora, uma família grande”, disse nesta entrevista que vai revelando aos poucos, mas de forma consciente e tranquila a personalidade marcante de Vera.

Na tarde que nos concedeu entrevista no CPA (Clube da Chesf), embora cercada de amigos e da irmã Vera Onilza, Vera não se omitiu em falar de momentos difíceis e dolorosos pelos quais passou. “Eu apenas queria ficar na cama e esperar a morte”, contou sobre o câncer de mama. Vera é forte como foi sua mãe. “Na minha casa quem comandava era minha mãe, isto é bíblico – que o homem seja o cabeça da casa -, mas minha mãe tinha muita sabedoria, era edificante e sabia fazer a multiplicação dos pães” explicou.

Vera Onilde, em certa medida, é essa mulher que viu o mundo mudar e acompanhou sem traumas, sobretudo, mantendo-se na essência: feminina e forte, pai e mãe. Comunicadora de maior sucesso na história do rádio na região, mas sem se envaidecer disso. Acompanhe a entrevista na íntegra:

Ivone Lima – Depois de chegar em Paulo Afonso, estudar e viver sua infância, como você descobriu que levava jeito para a comunicação?

Vera Onilde – Não descobri, tudo isso começou como uma brincadeira. Nunca tive pretensão ou me imaginei fazendo comunicação. Comecei trabalhando nas empresas de Diniz, proprietário da Rádio Cultura, à época era na Sedução – que vendia revistas e discos-, daí ele me convidou. Eu tinha muita dificuldade em aceitar, mas Diniz insistia muito. Posso resumir tudo como aquele grande amigo que se torna um amor, fui sendo conquistada aos poucos, muito embora não me ache a locutora sabe?, o que precisa mesmo é de carisma e saber se comunicar com as pessoas, o público aceitou, embora tenha sido um processo complicado e até hoje eu me policio muito, porque vozes bonitas existem aos montes, mas tenho orgulho em dizer que fui a primeira voz feminina no rádio em Paulo Afonso e na região.

Vera Onilde no estúdio da Rádio Bahia Nordeste – Paulo Afonso

Ivone Lima – Embora resistente você foi pioneira na comunicação feminina e abriu possibilidades para a mulher entrar no rádio, a aprendizagem foi complicada?

Vera Onilde – Trabalhei com profissionais muito competentes, e fui aprendendo com eles que sempre souberam me respeitar. É importante dizer que estamos na década de 1980, e eu era a única mulher onde só existiam homens, com a educação cristã que eu tive, não era tão comum e simples como acontece hoje, mas essa relação nunca mudou até hoje nos tratamos com muito respeito. Embora eu ainda não saiba como nesse tempo as pessoas viam isso. Mas eu quis saber como fazer, daí passei a observar, fui disciplinada e a Cultura foi uma escola, sou muito grata a Diniz por tudo que eu aprendi lá e pela oportunidade que me foi dada. Rádio hoje é paixão, meu propósito é levar alegria, música, informação e interagir com o público, hoje cada vez mais íntimo. Me surpreendo porque até hoje as pessoas chegam na rádio querendo me conhecer, isso é gratificante. Há vinte e um anos na RBN trabalho com uma família, onde todos temos nosso espaço, embora eu hoje faça um programa semanal, eu costumo dizer “só pro meu prazer” (risos), e já me faz um bem enorme.

Ivone Lima – Como manter o sucesso?, e o Rádio hoje ainda tem a mesma força?

Vera Onilde – Em primeiro lugar, o rádio continua forte, como antes, se modernizou e não perdeu seu espaço, seja AM ou FM – sou fã da AM-, embora hoje todo mundo está migrando, a característica fundamental foi mantida que é a instantaneidade. Quanto ao sucesso é só não pensar nele, tudo que fazemos tem conseqüências.

Ivone Lima – Entrando numa esfera mais pessoal, você casou-se cedo?, foi mãe com quantos anos?

Vera Onilde – Fui mãe aos trinta e cinco anos. Me casei tarde, acho, tudo é a preparação de Deus, eu tinha vontade de ser mãe, mas acho que veio no tempo certo, Deus preparou um filho para mim e eu sou uma super mãe (risos) muito cuidadosa porque só um né?, então meu filho é minha vida, tenho orgulho dele, é obediente, amoroso, educado e eu peço a Deus todos os dias que ele continue assim. Nós somos parceiros.

Vera Onilde, ao lado do único filho, Nickolas: ‘Meu filho é a minha vida!’ 

Ivone Lima – Você é ciumenta?

Vera Onilde – Não, amo as meninas que amam meu filho, Nicko está com quinze anos então imagine aí?, nem ele é ciumento, tem cuidado sabe, até porque ele diz: “mãe a idade já passou”, (gargalhadas) mas assim, procuramos conversar bastante sobre qualquer assunto. E sempre pergunto se preciso melhorar, mas ele sempre diz que está ótimo.

Ivone Lima – Fui sua colega de trabalho e soube por outras pessoas que você havia enfrentado uma doença grave, porque você não se vitimiza, como foi descobrir-se com câncer de mama?

Vera Onilde – Para mim à época foi uma sentença de morte. Eu perdi o chão, fiquei sem norte, mas depois Deus me deu tanta força, nem eu sabia de onde vinha. De imediato, eu disse que não sairia mais da cama, ficaria esperando o dia de morrer, e depois Deus agiu em mim, fui para Salvador, fiz tudo que era preciso. Nos primeiros exames não foi esse o diagnóstico e eu só soube que depois que tirei a mama completamente. Daí começou o processo de quimioterapia, é importante dizer que foi um diagnóstico precoce, e Deus me curou – os médicos são instrumentos. Pedi, roguei e me humilhei aos pés de Deus, tinha um filho para cuidar. E se ele me deixou é porque minha missão não terminou ainda.

Ivone Lima – Qual é a et��������áE�� ��

A quarta de dez irmãos, baiana de Chorrochó, Vera Onilde Ribeiro (50 anos) foi a voz que abriu as fronteiras do rádio pauloafonsino para a comunicação feminina no começo da década de 1981. Chegou à cidade com cinco aninhos. “Meu pai estava trabalhando na Chesf e daí pegou a família toda e viemos embora, uma família grande”, disse nesta entrevista que vai revelando aos poucos, mas de forma consciente e tranquila a personalidade marcante de Vera.

Na tarde que nos concedeu entrevista no CPA (Clube da Chesf), embora cercada de amigos e da irmã Vera Onilza, Vera não se omitiu em falar de momentos difíceis e dolorosos pelos quais passou. “Eu apenas queria ficar na cama e esperar a morte”, contou sobre o câncer de mama. Vera é forte como foi sua mãe. “Na minha casa quem comandava era minha mãe, isto é bíblico – que o homem seja o cabeça da casa -, mas minha mãe tinha muita sabedoria, era edificante e sabia fazer a multiplicação dos pães” explicou.

Vera Onilde, em certa medida, é essa mulher que viu o mundo mudar e acompanhou sem traumas, sobretudo, mantendo-se na essência: feminina e forte, pai e mãe. Comunicadora de maior sucesso na história do rádio na região, mas sem se envaidecer disso. Acompanhe a entrevista na íntegra:

Ivone Lima – Depois de chegar em Paulo Afonso, estudar e viver sua infância, como você descobriu que levava jeito para a comunicação?

Vera Onilde – Não descobri, tudo isso começou como uma brincadeira. Nunca tive pretensão ou me imaginei fazendo comunicação. Comecei trabalhando nas empresas de Diniz, proprietário da Rádio Cultura, à época era na Sedução – que vendia revistas e discos-, daí ele me convidou. Eu tinha muita dificuldade em aceitar, mas Diniz insistia muito. Posso resumir tudo como aquele grande amigo que se torna um amor, fui sendo conquistada aos poucos, muito embora não me ache a locutora sabe?, o que precisa mesmo é de carisma e saber se comunicar com as pessoas, o público aceitou, embora tenha sido um processo complicado e até hoje eu me policio muito, porque vozes bonitas existem aos montes, mas tenho orgulho em dizer que fui a primeira voz feminina no rádio em Paulo Afonso e na região.

Vera Onilde no estúdio da Rádio Bahia Nordeste – Paulo Afonso

Ivone Lima – Embora resistente você foi pioneira na comunicação feminina e abriu possibilidades para a mulher entrar no rádio, a aprendizagem foi complicada?

Vera Onilde – Trabalhei com profissionais muito competentes, e fui aprendendo com eles que sempre souberam me respeitar. É importante dizer que estamos na década de 1980, e eu era a única mulher onde só existiam homens, com a educação cristã que eu tive, não era tão comum e simples como acontece hoje, mas essa relação nunca mudou até hoje nos tratamos com muito respeito. Embora eu ainda não saiba como nesse tempo as pessoas viam isso. Mas eu quis saber como fazer, daí passei a observar, fui disciplinada e a Cultura foi uma escola, sou muito grata a Diniz por tudo que eu aprendi lá e pela oportunidade que me foi dada. Rádio hoje é paixão, meu propósito é levar alegria, música, informação e interagir com o público, hoje cada vez mais íntimo. Me surpreendo porque até hoje as pessoas chegam na rádio querendo me conhecer, isso é gratificante. Há vinte e um anos na RBN trabalho com uma família, onde todos temos nosso espaço, embora eu hoje faça um programa semanal, eu costumo dizer “só pro meu prazer” (risos), e já me faz um bem enorme.

Ivone Lima – Como manter o sucesso?, e o Rádio hoje ainda tem a mesma força?

Vera Onilde – Em primeiro lugar, o rádio continua forte, como antes, se modernizou e não perdeu seu espaço, seja AM ou FM – sou fã da AM-, embora hoje todo mundo está migrando, a característica fundamental foi mantida que é a instantaneidade. Quanto ao sucesso é só não pensar nele, tudo que fazemos tem conseqüências.

Ivone Lima – Entrando numa esfera mais pessoal, você casou-se cedo?, foi mãe com quantos anos?

Vera Onilde – Fui mãe aos trinta e cinco anos. Me casei tarde, acho, tudo é a preparação de Deus, eu tinha vontade de ser mãe, mas acho que veio no tempo certo, Deus preparou um filho para mim e eu sou uma super mãe (risos) muito cuidadosa porque só um né?, então meu filho é minha vida, tenho orgulho dele, é obediente, amoroso, educado e eu peço a Deus todos os dias que ele continue assim. Nós somos parceiros.

Vera Onilde, ao lado do único filho, Nickolas: ‘Meu filho é a minha vida!’ 

Ivone Lima – Você é ciumenta?

Vera Onilde – Não, amo as meninas que amam meu filho, Nicko está com quinze anos então imagine aí?, nem ele é ciumento, tem cuidado sabe, até porque ele diz: “mãe a idade já passou”, (gargalhadas) mas assim, procuramos conversar bastante sobre qualquer assunto. E sempre pergunto se preciso melhorar, mas ele sempre diz que está ótimo.

Ivone Lima – Fui sua colega de trabalho e soube por outras pessoas que você havia enfrentado uma doença grave, porque você não se vitimiza, como foi descobrir-se com câncer de mama?

Vera Onilde – Para mim à época foi uma sentença de morte. Eu perdi o chão, fiquei sem norte, mas depois Deus me deu tanta força, nem eu sabia de onde vinha. De imediato, eu disse que não sairia mais da cama, ficaria esperando o dia de morrer, e depois Deus agiu em mim, fui para Salvador, fiz tudo que era preciso. Nos primeiros exames não foi esse o diagnóstico e eu só soube que depois que tirei a mama completamente. Daí começou o processo de quimioterapia, é importante dizer que foi um diagnóstico precoce, e Deus me curou – os médicos são instrumentos. Pedi, roguei e me humilhei aos pés de Deus, tinha um filho para cuidar. E se ele me deixou é porque minha missão não terminou ainda.

Ivone Lima – Qual é a et��������áE�� ��

A quarta de dez irmãos, baiana de Chorrochó, Vera Onilde Ribeiro (50 anos) foi a voz que abriu as fronteiras do rádio pauloafonsino para a comunicação feminina no começo da década de 1981. Chegou à cidade com cinco aninhos. “Meu pai estava trabalhando na Chesf e daí pegou a família toda e viemos embora, uma família grande”, disse nesta entrevista que vai revelando aos poucos, mas de forma consciente e tranquila a personalidade marcante de Vera.

Na tarde que nos concedeu entrevista no CPA (Clube da Chesf), embora cercada de amigos e da irmã Vera Onilza, Vera não se omitiu em falar de momentos difíceis e dolorosos pelos quais passou. “Eu apenas queria ficar na cama e esperar a morte”, contou sobre o câncer de mama. Vera é forte como foi sua mãe. “Na minha casa quem comandava era minha mãe, isto é bíblico – que o homem seja o cabeça da casa -, mas minha mãe tinha muita sabedoria, era edificante e sabia fazer a multiplicação dos pães” explicou.

Vera Onilde, em certa medida, é essa mulher que viu o mundo mudar e acompanhou sem traumas, sobretudo, mantendo-se na essência: feminina e forte, pai

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COMENTÁRIOS

Comentários 1

  1. Rodra says:

    Parabéns Vera Onildes, grande profissional e grande ser humano! Cheguei em Paulo Afonso e cresci houvindo seu programa

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