Por Silvano Wanderley (Ambientalista)
Há diferenças pontuais e técnicas na ação direta dessa temática, mas primeiro precisamos vivenciar de fato o que está acontecendo com as margens do Velho Chico, no tocante ao seu volume, assoreamento, matas ciliares, a agricultura das regiões ribeirinhas, o saneamento básico das cidades que estão as suas margens e por fim com o interesse dos organismos Federais, Estaduais e Municipais para enfrentar a realidade da crise hídrica, pois essa discussão é de todos, a água é um bem comum.
Além da sociedade civil organizada, as entidades públicas e privadas em geral também devem ser chamadas para essa responsabilidade, pois poderemos incorrer num risco ainda maior e o quanto antes reunirmos forças e ações pragmáticas, melhor, mas parece que estamos todos de braços cruzados, esperando o pior chegar, se é que estamos numa situação caracterizada de caos silencioso hídrico, pois numa dessas pesquisas feitas, notamos o nível do Velho Chico diminuir e suas bordas entrando num processo de desertificação, quase sem vida e nutrientes suficientes para o plantio de matas ciliares.
A situação é de que em 40 anos não teremos mais o volume desejado, no sentido de alimentar a população ribeirinha, o rio avança para as margens abrindo a sua extensão e consequentemente diminuindo seu poder quantitativo e qualitativo, por isso defino esta apresentação como um dos fatores da perda de volume e manutenção de sua vazão.
Além da perda da fauna e flora aquática, o rio parece um paciente sem vida numa UTI, só esperando a hora de ir embora de vez.
É assim, que analiso a atual situação do Rio São Francisco, considerado o Rio da Integração Nacional, importante para geração de energia elétrica, da exportação de frutos para o mundo inteiro, da agropecuária, da piscicultura e outros atributos mais, sem contar da potabilidade de boa qualidade que esse rio os oferece.
Mas, os governos e as instituições privadas, não estão nem aí, nada de ações corretivas e imediatas, o rio continua perdendo espaço e volume, as margens estão cada vez mais assoreadas, processos de desertificação em pleno vapor, esgotos sendo despejados in natura nas suas margens e os contaminantes emergentes povoando a cada dia o leito do rio e provocando ainda mais impactos ambientais que terão resultados negativos irreparáveis em poucos anos.
Só nos resta a dúvida: restaurar ou recuperar e por onde devemos começar.
Fica essa questão para a leitora e o leitor decidir junto aos seus governantes e instituições privadas, cobrem deles…A hora é essa…