Entre todas as falácias em torno da segurança pública, uma é certa: se o policial trabalhasse só pelo dinheiro, saia de casa e voltava na mesma hora. Não há um salário que compense a vida, sempre em risco. Num país como o Brasil e nas condições com as quais trabalha, a polícia brasileira é heróica. Na manhã desta segunda – feira (30), o Tenente Coronel/PM Bruno Lopes Sturaro compareceu à Câmara Municipal e falou com rara franqueza sobre as condições da polícia que a partir de agora comanda, e sobre o trabalho que desenvolverá na cidade, sobretudo, com a colaboração de todos.
“Não estou aqui porque o governador pediu e o Comandante Geral mandou, quem me coloca aqui é Deus e tenho aqui a missão de tentar corresponder. A questão das drogas é a que mais me preocupa porque ela corrompe e destrói a família e a vida dos jovens”, iniciou o coronel na sabatina cujo tema central foi mesmo a necessidade de políticas antidrogas. Sturaro também viu a necessidade da participação da Polícia Civil na conversa até porque ele só responde pela militar e as perguntas ultrapassavam sua área.
“Nós temos muitas dificuldades, mas nós não vamos deixar de trabalhar em prol da segurança pública do município, é um dever que temos que fazer com o que temos. Hoje, o efetivo que tenho é insuficiente para atender Paulo Afonso e também os demais municípios. Não é comum saber quem são os elementos que cometem crimes e não vermos essas pessoas serem presas”, respondeu a Luiz Aureliano, quando este o questionou sobre o que se comenta em Paulo Afonso, afinal se a polícia sabe quem são os traficantes porque estes não estão presos?
.JPG)
Sturaro ficou satisfeito em saber do presidente Petrônio Nogueira (PDT) que já existe o projeto na Câmara para uma comissão permanente sobre segurança Pública. “Vai depender de um projeto de lei que precisa ser votado, temos recebido cartas da ASCOPA e CDL todos preocupados com a segurança e hoje foi oportuno a sua vinda” disse Nogueira.
Sturaro falou que está preparando um plano de ação emergencial para Paulo Afonso, mas pediu um pouco mais de tempo para apresentá-lo, o que fará também na Câmara. Acompanhe o que mais rolou na Sessão nas notinhas abaixo:
A mala preta era verde – A Câmara estava cheia, todos esperavam saber o conteúdo da pasta de Antônio Alexandre (PR) e claro, como responderia Marconi Daniel (PV). Durante a semana não se ouvia outro assunto nos corredores da Casa, porém, com a vinda de TC Sturaro e de Pe. Celso e sem o Grande Expediente não havia como. Quando perguntado se desistiria de continuar a rusga, Alexandre não se mostrou disposto. “Você está vendo estas anotações?, está tudo prontinho para a próxima”. Como dizia o trapalhão Didi, “Quem viver verá”.
Antônio Alexandre e as supostas denúncias contra o líder do governo Marconi Daniel
Se olhar matasse… Sem saber exatamente o que prepara Alexandre, ou sabendo bem, o líder do governo, Marconi Daniel vez por outra lançava um olhar fulminante ao adversário, que respondia com fogo. O que se comenta a boca miúda é que ambos têm a perder e que dificilmente Alexandre vai para frente com a pasta. O público e a imprensa, obviamente querem as cenas do próximo capítulo.
A Câmara fez o certo – Cumpre elogiar a iniciativa dos vereadores pauloafonsinos. O que se ouviu ontem no legislativo foi exatamente o que anda nas cabeças e bocas nos quatro cantos da cidade. Sem receio, os quinze homens que nos representam falaram dos problemas da polícia, se mostraram dispostos a ajudar, pediram a volta do ‘Ronda nos Bairros’ por unanimidade.
Convidados e vereadores cantam os parabéns para Edson Oliveira (Dinho), o aniversariante do dia!
Zezinho e as bocas – Pode se dizer, que entre os pronunciamentos mais esperados da manhã estava o do vereador Zezinho (PROS). “Eu quero dizer ao senhor que existem duzentos pontos de drogas em Paulo Afonso, tem no Siriema, na Prainha, na Barroca e na Vila Cetenco, no BTN nem se fala são mais de cinqüenta, então pegue o peixe grande que traz essa droga pra cá, prenda e mande pro inferno!” disse o edil para o delírio do público presente.
Zé Carlos foi e não gostou – “Com muita dificuldade nós conseguimos falar com o governador, fizemos algumas reivindicações ao governador Rui Costa, entre elas esta exatamente a segurança, nós moramos lá e esse dias tem sido de terror, nem sair mais de casa as pessoas querem, sei que a polícia faz o que pode, já presenciei a polícia com pneus carecas e arame de fora”, disse o vereador que fez três viagens a Salvador com outros colegas e voltou sem conseguir conversar com o Secretário de Segurança Pública. Carlos se referiu à última sexta – feira (28) quando ele e os colegas ficaram no cercadinho (Povoado Minuim/Santa Brígida) sem conseguir falar com o governador, foi que o prefeito Anilton Bastos interveio e os vereadores puderam enfim fazer suas solicitações.
Vereador Zé Carlos e ‘perigrinação’ para falar com o governador Rui Costa
Pe. Celso e o Sangue de Cristo – Um convidado ficou esperando o momento para falar de paz, depois de se falar tanto em violência, parece um contraste óbvio, mas serve exatamente como complemento. As palavras de Celso vieram exatamente para nos mostrar que antes de tudo, Deus venceu o a mal e nos também podemos vencer. “A verdade de Deus é porque Ele dá o sangue Dele até o fim e a verdade de uma pessoa é dar o sangue dela até o fim, cabe perguntar se cada um de nós faz isso mesmo?, estamos dando nosso sangue?, que Jesus doou o Dele? Pe. Celso finalizou desejando paz a todos, parabenizou à Câmara pela iniciativa e nos deixou a interrogação?
Padre Celso (Paróquia de São Francisco) e o Comandante Sturaro
