Em queda de braço com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan Calheiros (PMDB-AL) tem discutido a possibilidade de "engavetar" o projeto de lei da terceirização provado pela Câmara dos Deputados. O presidente do Senado afirma que não concorda com o texto aprovado pelos deputados em plenário na última quarta-feira (22).
Diante da ameaça de Cunha de restabelecer o que passou na Câmara, Renan deve segurar a votação da proposta pela Casa até o fim de sua gestão, que se encerra em janeiro de 2017.
O recado público foi dado na terça-feira (21). "O que a Câmara decidir pode ser revisado pelo Senado. Mas a última palavra será da Câmara. A gente derrubaria a decisão se o Senado desconfigurar o projeto", disse o presidente da Câmara.Tal declaração causou conflito entre ambos, a ponto de um interlocutor direto do presidente do Senado afirmar, ironizando a atuação de Cunha, que a proposta será votada "a gosto de Deus". "Demorou 11 anos para passar na Câmara, se demorar cinco para tramitar no Senado está bom", completou.
Renan deve trabalhar para adiar ao máximo a apreciação do texto, fazendo com que ele passe por várias comissões permanentes, sessões e audiências públicas. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), apostou que, pela envergadura da proposta, ela terá de passar por pelo menos quatro comissões da Casa.