13 de setembro de 2025

Vereadores preferem o silêncio, apesar dos problemas de Paulo Afonso

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A reunião da Câmara Municipal desta segunda-feira (04) foi tão rápida que mesmo colegas da imprensa não conseguiram registrar. A pressa dos vereadores, segundo o 1º secretário, Regivaldo Coriolano (PCdoB) foi pela viagem que parte deles fará a Brasília. “Eles irão a Brasília discutir a reforma política com outros vereadores, que estará em pauta amanhã (05)”, disse em coletiva realizada depois da Sessão.

O Grande Expediente vem sendo sacrificado há mais de um mês, nada justifica esta ausência do debate público por tanto tempo, ainda que venham convidados, e o exemplo vem da Câmara Municipal de Glória, quando há convidados ou convocados, logo após a fala deles os vereadores usam a Tribuna por menos tempo, mas o suficiente.

Cumpre lembrar que o último Grande Expediente foi exatamente onde surgiram as famosas “tetas”, desde então se fez de tudo para evitar o confronto entre o opositor Antônio Alexandre (PR) e o líder do governo Marconi Daniel (PV). A estratégia foi tão acertada que não há mais nenhuma mala, seja preta ou verde, circulando pela Câmara. “A mala está em casa e será usada sim”, desconversou Alexandre, ocorre que espalhar fumaça sem que se enxergue o fogo não dá em nada.

A Sessão de ontem, com a devida vênia, os põe no mesmo saco. Seria mentiroso dizer que houve protesto da oposição, para que se pudesse discutir pelo menos o calvário que vivem os funcionários das terceirizadas do estado, alguns há seis meses sem salário ou vale transporte.

“Mudam-se as coleiras e os cachorros continuam os mesmos, existe um cartel que ampara estas empresas, eu entro com cinco empresas, combino com um amigo que depois que entra com mais dez, tanto faz uma como a outra. Sem uma lei que acabe com isso o descaso com os trabalhadores continuará”, afirmou Cabral, representante dos trabalhadores terceirizados. Não havia espaço para mais ninguém na Câmara e o desabafo ficou desamparado sem o apoio do legislativo. Nenhum vereador disse um pio sobre o assunto, quando finalmente Petrônio Nogueira (PDT) sugeriu não ter o Grande Expediente todos acataram sem qualquer protesto, vale registrar.

De nada adianta ir discutir a reforma política em Brasília se a praxe cotidiana em seus domicílios é tratada assim. Como não amparar, ainda que seja com uma palavra de conforto, trabalhadores que estão passando fome nas mãos das chamadas terceirizadas? E assim segue uma sequência interminável de perguntas sem qualquer resposta dos mais variados assuntos.

Infelizmente Cabral não estendeu a metáfora a outros setores onde caberia como uma luva, ficando apenas para os empresários. Depois da reunião, Josias Gomes – Secretário de Relações Institucionais – telefonou em nome do governo e disse que a situação vexaminosa será normalizada e que 80% dos funcionários já receberam. Se até lá ninguém morrer de fome menos mal.

Seria muito interessante deixar um vereador, prefeito ou governador seis meses sem salário, talvez experimentando um pouco o drama dos terceirizados eles pudessem ser mais ágeis, pois sentiriam na pele. Infelizmente é assim que funciona.

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