Zoada na base política da presidente Dilma na Câmara dos Deputados
A declaração dada ontem pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ao Estado de São Paulo, de que o partido que vota com o governo, especialmente nas votações relevantes, terá preferência na distribuição de cargos do segundo escalão, não agradou ao PP.
“É evidente que quem ajuda o governo, vota com o governo, quem sustenta o governo, governa com o governo, tem prioridades”, disse Mercadante.
“Somos a quarta bancada de deputados e não vamos ficar recebendo recado por jornal”, reagiu o líder do PP na Câmara dos Deputados, Eduardo da Fonte-PE (Foto).
Segundo Fonte, a bancada do PP vai se reunir na próxima terça-feira, 12, para decidir se entrega todos os cargos ao governo, incluindo o Ministério da Integração, ocupado por Gilberto Occhi. Vai estar na pauta, ainda, a possibilidade do partido ir para o bloco de oposição.
“Ou eles (o governo) querem o PP no governo com o tamanho que o partido tem, ou então a gente entrega tudo e sai do governo”, posicionou-se o parlamentar.
A querela é por conta da ameaça do governo de colocar no fim da fila de distribuição de cargos federais, os partidos da base considerados “infiéis”. Na votação da Medida Provisória que restringe acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, semana passada, dos 40 deputados do PP, só 21 votaram com o governo.
É o histórico “toma lá, dá cá”, na política brasileira.
Não deveria ser novidade para o PP, nem para o PDT, que também faz cara feia ao governo e ameaça deixar a base aliada.
A propósito, dos 40 deputados federais e cinco senadores, o PP tem 32 deles investigados no esquema de corrupção da Petrobras. Entre eles, os alagoanos senador Benedito de Lira e deputado Artur Lira.
Ainda sobre o PP, Fonte revelou que parte da bancada tem pressionado o partido para deixar o governo e ir para a Oposição. E diz que essa é uma possibilidade “real”.
É esperar, para ver.
(Informações do Estado de São Paulo)