Ali nasceu Paulo Afonso. A cidade nasceu na Vila Poty. Não nasceu no Acampamento montado pelos pioneiros notáveis a quem tanto devemos. Muito menos na cachoeira estrondosa secular visitada por Pedro II e cantada por Castro Alves. Cecéu quedou-se à imponência da nossa cachoeira. Paulo Afonso nasceu na Poty improvisada dos nordestinos de todos os ângulos que ali se abrigaram; abrigaram-se nas folhas do cimento Poty.
Se os políticos, pensadores e planejadores; se todos eles tivessem visto o ajuntamento social dos primeiros moradores de Paulo Afonso, o mundo seria melhor. Não estaríamos a ver o esfacelamento da comunidade internacional na atual onda de isolamento de direita. De direita ou de que o valha. Ao invés da aldeia global, muito ao contrário o mundo se desagrega. Pelo menos por enquanto.
A Poty se uniu em casas conjugadas como se o calor de Paulo Afonso fosse o frio europeu. Não importa se janelas laterais proporcionam luminosidade e ventilação. Os primeiros moradores queriam a união. Eles já desconfiavam que só se cresce em união. Sabiam desde já que dois duros não levantam um muro. Sabiam-se gente. E gente só é feliz ao lado de gente.
Aqueceram-se de calor humano e sobreviveram. Os que já foram sobreviverão para sempre nas nossas mentes. Vieram os tempos modernos, novos e espaçosos bairros surgiram e a velha Poty lá está, grande e soberba como nunca e como ninguém.
Só que lhe falta espaço. Lazer é fundamental no mundo agitado de agora. É necessário espaço para velhos e crianças, para fixos e para desajeitados, para a paz e para a guerra. Para, enfim; para a felicidade de todos. [Isto] é necessário, imperioso e se impõe.
O bairro Vila Poty não tem espaço digno de lazer para os seus moradores. A Rua da Frente é da frente e não da Poty. Sem demolição de casas e sem alguma solução [dispendiosa] que os arquitetos e planejadores sabem fornecer, desponta uma opção: o terreno baldio do antigo posto de saúde estadual que hoje serve de abrigo para ratos e mosquitos ao lado da Rua das Flores. Negociado com o Governo da Bahia, o usufruto passaria dos ratos para os moradores do bairro.
Temos um governador disciplinado de visão e um prefeito de tradição. Podemos ter na nossa Poty o que nos outros bairros mais afortunados o pessoal já tem.
Francisco Nery Júnior
PARABÉNS, SABIA REFLEXÃO.
Quanta conversa jogada! Foi até Dom Pedro, Castro Alves… Pra falar do terreno.
Enfeitou, enfeitou… pra uma conclusão tão fraca.
Um terreno desse tinha de ser uma Unidade de Pronto Atendimento, oq ajudaria a desafogar o minúsculo HNAS. Acredito que esse terreno seria assim melhor aproveitado. O que não torna desnecessária a criação de áreas de diversão para a comunidade.
Como adendum: Pode-se reparar que o texto não enfatiza que os moradores pagam impostos; que são a única nata original da cidade, não importando se vivos, netos ou bisnetos; que os nossos nobres vereadores poderiam encampar a ideia como membros da caixa de ressonância dos anseios da comunidade que é, ou deveria ser, a Câmara; que pode acontecer que um grupo de moradores “atuantes” possa se reunir na surdina e na calada da noite e arrasar para baixo o muro excludente. Não, nada disso. A ênfase, nesse ínterim, é ressaltar o valor histórico da área e do seu povo – para felicidade e lazer desse mesmo povo. Francisco Nery Júnior
porra de praça, essa cidade tem praça demais, e as q tem não dão de conta, tá todas destruídas, é melhor pegar o espaço e investir em projetos que tenha futuro.
Concordo plenamente com esta ótima ideia de transforma um lugar esquecido e sem uso em uma praça bem estruturada e moderna, com uns quiosques bem planejados, propiciando desta forma fonte de renda para os donos e dinamizando o local de forma a deixar a cidade mais bonita.
Prefeito e vereadores passem em Ribeira do pombal e vejam que Senhora praça o prefeito de lá vez,zela pela saúde mental da população ali sim podemos chamar de praça agora esses lixos que tem aqui.
Um abraço para Alan. Sem abrir polêmica, nos países avançados, existem inúmeras áreas de lazer, bem cuidadas como diz você. E, a propósito da palavrinha que abre seu comentário, estava em um restaurante da Espanha quando um garçom gritou para o outro trazer duas porras (porra em português é um cacete, um pedaço de pau; nós usamos o diminutivo porrete). Porra, na Espanha, é um churro grande. Ah, na Espanha existe propina legalmente. Propina, na Espanha, é gorjeta. Abrs., F. Nery Jr.
Concordo! Pode existir aí uma Praça filé e arrumada. A prefeitura poderia fazer um concurso de idéias, escolher o melhor, com tanto arquiteto na cidade, pq os projetistas da prefeitura nada fazem
É professor Nery, se a Prefeitura desse conta das praças existentes, eu concordaria com o senhor!
A Praça das Mangueiras está se acabando lentamente, eu moro próximo e vejo a cada dia árvores, plantas ornamentais morrendo e não estão sendo substituídas a contento, além das gramas e cercas vivas que, praticamente, não existem mais, vergonhosamente!
Além do descaso, atribuo também as péssimas administrações e os frequentes eventos por cima da parte verde da Praca, desnecessariamente!
Muito triste tudo isso!
Apesar do idealismo do Prof. Nery, acredito que o centro de Paulo Afonso já é bem contemplado com obras urbanísticas de iniciativa do poder municipal. É preciso olhar mais para a periferia. Resido no Bairro Rodoviário e necessitamos bastante de um espaço de encontros e convivência social (praça), o que não existe em nossa comunidade. Se a prefeitura observasse este critério, agiria com mais equidade para todos…