Francisco Nery Júnior: O asfalto da Vila Matias

Aristóteles Onassis uma vez afirmou que se você não estiver sempre querendo mais, você terá sempre menos. Parece usura, mas não é. A parada, vamos convir, pode ser sinônimo de estagnação – que leva à putrefação. Basta uma olhadinha no Universo: todo poderoso e arrumado, ou arrumando-se numa convulsão contínua.

Vimos, então, o asfalto chegando à Vila Matias. Em foto da Folha Sertaneja, o asfalto como cobra negra pelo chão. Ao seu lado, ainda não beneficiado, já poderia ter vindo uma ciclovia. Em falta de verba para uma ciclovia, uma pista, alongamento para o lado, marcação segura, seja o que for. Contanto que o campesino possa se deslizar – com segurança – na sua bicicleta. (Na Europa, está em gestação um plano compreensivo para um sistema de ciclovias ligando todos os países do continente.)

Eis o bom de pagarmos impostos. Saindo do centro, chegamos à Vila Matias por estrada asfaltada. Creio estar surgindo um novo bairro – promissor – por causa do asfalto. Segundo o secretário Wilson Pereira, em matéria publicada pela Folha Sertaneja, a bondade se estenderá por toda a Zona Rural. É, realmente, “uma pequena parte do que os pauloafonsinos merecem”, afirmação de Luiz de Deus, prefeito municipal. Ainda bom vermos promessas de campanha sendo cumpridas.

Uma perninha no plano da ciclovia para o Tancredo Neves poderia contemplar o pessoal da Vila. O canto do passarinho nos faz acreditar na existência do plano da ciclovia e na previsão orçamentária para sua realização.

Visão futura de uma Paulo Afonso grandiosa. Por que não? Tivessem os antepassados das grandes cidades brasileiras sonhado mais! Ido mais fundo! Previsto melhor! É como as terras atrás do antigo Ciepa. São só cobiça; cobiça dos que desejam privilégios passageiros, de agora, de preferência para si mesmo; individualmente. Em detrimento do bem de todos. Aquelas terras (que aprendemos a amar) devem ser preservadas para as gerações acadêmicas do futuro: para um campus estudantil, para uma praça de esportes, espaço cultural, para um grande centro laboratorial; para pulmão da cidade, para lazer, conforto, beleza, paz de espírito.

E nada mais que poderia ser escrito acrescentará lógica àquilo que salta aos olhos.

Francisco Nery Júnior