De saída, peço desculpas aos fãs de Gonzaguinha, porque seu talento era muito grande, e meu argumento é pequeno demais para trazê-lo aqui. Mas o desabafo do líder do governo, Jean Roubert (PTB) feito na sessão desta segunda (05), demonstrando sua insatisfação com a situação imposta pelo prefeito Luiz de Deus (PSD) e mais: dos seus companheiros, foi um ‘grito de alerta’, que pode demovê-lo do posto, mas que revela que também na política, ou principalmente nela, é necessário discutir a relação:
″Olho nos olhos dos meus companheiros, prefeito olhe para nós, nossa bancada está fragilizada″, disparou, com palavras, sobretudo, sofridas, demonstrando a depressão que se instala, quando, Luiz de Deus chama para suas ‘bodas’ outros convidados que antes, participavam de outros banquetes. Dá-lhe Gonzaguinha:
“/São tantas coisinhas miúdas/ roendo/ comendo/ arrasando aos pouco o nosso ideal/ são frases perdidas num mundo/ de gritos e gestos/ num jogo de culpa/ que faz tanto mal/ …″ (Grito de Alerta, Gozaguinha).
Eis que toda imprensa presente à sessão quis saber: quem são os atores ‘convidados para as bodas do prefeito’? Agora que as decisões são tomadas, que a caneta vadeia para cima e para baixo, quem são esses apontados pelo líder que gozam os privilégios da administração pública? Que não fizeram nada para eleger Luiz de Deus, mas que estão terceirizando a gestão?
‘/E assim nossa vida é um rio secando/ as pedras cortando/ e eu vou perguntando/ até quando?…/’
Depois do desabafo, o abraço comovido dos companheiros Bero (PT) e de José Carlos (PRB), ambos também aliados de primeira hora do prefeito, mas que ficaram de pé para recebê-lo, contrariando os demais da bancada que se mantiveram frios.
Quem, povo de Paulo Afonso? Quem se arvora da gestão e deixa a todos na depressão? Pois, se realmente existem ‘os penetras’, quem está pagando as bodas ainda é o povo? Certo? Então que se dê nome aos bois.
Para os fãs de Gonzaguinha como eu, deixo o clássico: ‘não fale, não lembre/ não chore meu bem…
