Por Francisco Nery Júnior
Estamos acostumados a testemunhar a aplicação dos princípios salutares da esquerda [política] pela direita. Desta vez, observamos a esquerda preconizar a aplicação do princípio da direita segundo o qual sem desenvolvimento é praticamente impossível melhorar a vida dos menos favorecidos dentro do conceito de justiça social.
É nada mais nada menos de Aldo Rebelo, jornalista de formação de 62 anos de idade, pré-candidato à Presidência da República pelo partido Solidariedade, a afirmação que nos inspira.
Vamos lembrar que Aldo é comunista de formação e que foi ministro influente de Lula e de Dilma Rousseff. Ouvir tal afirmação de Aldo Rebelo nos coloca verdadeiramente em estado de conforto espiritual, embora o Reino do Céu não seja deste mundo. O ex-ministro da Defesa do governo do PT admite que crescer, desenvolver em sentido mais amplo, é fundamental.
É a velha história que o bolo precisa crescer para que possa ser dividido entre todos. Sem bolo grande, como contemplar a todos? O bolo, que precisa crescer, é – agora também no entendimento de um comunista várias vezes ministro dos governos do Partido dos Trabalhadores –, o único caminho para a tão desejada justiça social.
O Aldo, que nos parece sincero, honestamente comprometido com o avanço da práticas sociais em favor dos oprimidos, provavelmente pretende dissecar, nos discursos de campanha, a sua visão ou concepção de como fermentar a massa do bolo. Ele demonstra, com a afirmação do nosso título, ter consciência que tal avanço não se consegue com bla-bla-blá, nem nhem-nhem-nhém; nem com bolodório.
Ouvimos falar, está na moda, sobre empoderamento: das mulheres, dos pobres, dos índios, dos negros, dos descamisados, e aí vai. O que poderíamos considerar é: empoderar para quê? A resposta mais plausível é a do nosso inspirador de hoje. Empoderar para que tenhamos desenvolvimento. Pessoas empoderadas são mais motivadas; produzem mais. Geram riquezas sem as quais não há desenvolvimento. O nosso comunista da hora sabe que o segredo é trabalho, poupança e investimento. “Do suor do teu rosto comerás”, está lavrado.
O leitor sempre atento provavelmente está a desejar um aparte oportuno para redarguir que é possível ao pobre ser feliz, objetivo último de todo o esforço humano. Ele tem toda a razão. Poderíamos estar em um mundo onde a cooperação – e não a competição – fosse a prática. Provavelmente, pode-se facilmente concluir, este arrazoado seria desnecessário. Só os recursos direcionados para a fabricação de armas de guerra seriam suficientes para toda e qualquer justiça social.
Todavia, enquanto os homens não amadurecerem nessa direção, só nos resta concordar com o candidato do Solidariedade. Vamos sonhando e nos lembrando do bispo católico aposentado: “A vida acaba quando acabam os sonhos”. É melhor assim para não morrermos de raiva.
De qual forma retornar o caminho do desenvolvimento? Como diz o proverbio popular: Uma andorinha não faz verão – O problema que temos uma eleição pela frente e os que estão candidatos não estão pensando no povo, estão pensando em se reeleger e ficar livre dos processos judiciais postergando o quanto puder, criando leis em seus benefícios, e para os que irão ser juízes em seus julgamentos. Então eu pergunto em quem a população vai votar? Pois temos todo tipo de político, os que roubam a merenda, o uniforme escolar, os que deixam de repassar verbas para os hospitais, os que guardam bilhões em dinheiro vivo no apartamento e diz que não sabia, na atual greve dos rodoviários em salvador os patrões querem da reajuste de 0% (isso mesmo nenhum reajuste salarial) a juíza do trabalho ofereceu 2,2% de reajuste aos rodoviários, enquanto os magistrados além dos altos salários tem uma ajuda moradia independente de ter casa própria na comarca onde trabalha. A questão em nosso pais continua a mesma Muitos ganhado pouco e poucos ganhando muito. O caminho para o desenvolvimento para esses homens não existe. Como também o caminho para o futuro do governo Temer não existe, porque os políticos são os mesmos, o que existe e cada eleição são troca de cadeiras.
No varejo, é tudo isso aí, xará. Quem sabe Aldo Rebelo – ou outro ainda – não nos convence, recebe o voto de nós todos, não abre da luta insana, e venha a quebrar essas barreiras vergonhosas, essas terríveis resistências; essas montanhas de egoísmo e de desamor? Nas poucas vezes que tenho visitado outros países, e em contatos com estrangeiros aqui no Brasil, posso sentir que eles não entendem como ainda estamos tão lá atrás. Estamos entre leitores comprometidos e posso confessar que fico acanhado; com vergonha, se posso dizer. Se os homens de boa vontade se unissem! Ainda bem que somos da confraria do papa Francisco no que tange a demonstração e a prática da consideração ao próximo. Será que falamos demais?