Antônio Galdino (folhasertaneja.com.br)
Embora somente a partir de 7 de Julho a campanha para as eleições de 7 de outubro esteja oficialmente liberada e os pré-candidatos não possam legalmente fazê-la antes desta data, a corrida atrás de votos começou faz tempo.
Em abril, então, com o licenciamento dos pré-candidatos que ocupam alguns cargos públicos, os times já estão em campo, mesmo que discretamente. Os meios para deixar claro que estão a caminho da disputa de uma vaga no Legislativo ou no Executivo são os mais diversos.
Alguns nomes dos pré, até surpreendem pelo inesperado, como é o caso do médico Luiz Aureliano e da psicóloga Marileide Brasil, ambos buscando o apoio do PT.
Outro nome que, embora, insinuado na mídia só agora foi anunciado, é o da educadora Sônia Rocha, como uma opção da oposição para fazer frente a Anilton Bastos.
À boca pequena, mas como muita disposição e caminhadas pelo sertão a dentro, Vavá Ferraz, não esconde de ninguém que é pré-candidatíssimo à Prefeitura de Glória, enfrentando a prefeita Ena Vilma.
Em Santa Brígida, com a renúncia recente do Padre Teles, que já estava em seu segundo mandato, há espaço pra muita gente, os pré-candidatos “de dentro”, ou da casa, e os “de fora”. Ali, segundo pesquisa em andamento por um site local, a disputa anda acirrada e quatro dos seis pré-candidatos apresentados – Antonio França, Breno Malta, Gordo de Raimundo e Ronaldo, têm entre 20% e 25% da preferência dos internautas.
Em Jeremoabo, a renúncia de Tista também agitou o cenário da sucessão local.
E para a vereança, em Paulo Afonso e alhures, são tantos os pré-candidatos que, certamente, os partidos vão ter um bom trabalho para fazer com que alguns desistam para que os outros tenham uns votos a mais ou, se ficar como está, cada um leva um pouco, da família e de alguns amigos e pronto. E não se vai poder dizer que ele não tentou ajudar o partido…ou não?
O fenômeno de se fazer conhecido, de defender uma bandeira ideológica (hoje, nem tanto), de serem formados grupos na busca de um propósito, a vivência da democracia nos países livres para buscar o seu próprio espaço e defender uma causa, falar em nome de uma comunidade, ou usufruir das vantagens de ser um vereador ou um prefeito, governador, deputado, presidente da República, tem levado milhares de pessoas a mudanças não tão fáceis de se entender…
Uns saem de sua zona de conforto pessoal, físico, profissional, para írem de casa em casa, nos sítios, na zona rural, abraçando crianças, nem sempre limpinhas e cheirosas, ouvindo os pedidos mais absurdos de muita gente que já está compromissado com o outro, e continuar sorrindo…
E aí, vale tudo. Vão à missa mas, não perdem o culto. Ouvem os que se afirmam espíritas e os que praticam as religiões de origem africana. Bebem uma pinguinha ali e comem buchada de bode acolá. Vão às festas de grandes multidões mas também fazem comício em beco estreito… Há um texto de poesia matuta de Jessiê Quirino que explica direitinho a dura vida do candidato…
E, a cada eleição, aumenta o número dos que já se sentem eleitos e, todos já sabem que alguns, muitos até, abertas as urnas, só terão o seu próprio voto e o da mulher… e olhe lá!
Outra coisa interessante nas eleições é a coligação de partidos políticos. Na ferveção da preparação das estratégias para a vitória, adversários, traidores, inimigos políticos de ontem se aproximam, se irmanam, se reconciliam e seguem juntos, dez, doze partidos, com o mesmo objetivo: vencer as eleições. Meses depois, conseguido o intento, recomeçam as discórdias, não se tem como pagar as faturas das promessas acordadas com cada partido, antes. Já vimos esse filme muitas vezes…
Aliás, sobre o tema, John Galbraith (1908-2006), que foi filósofo, economista e escritor americano e assessor econômico do presidente John Kennedy, já dizia, faz tempo: “Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta”.
Enfim, em nome da democracia, começa mais um período de atividades político-partidárias com os olhos voltados para as eleições de prefeitos e vereadores em outubro de 2012, já com o olhar voltado para outubro de 2014 (ano de Copa do Mundo no Brasil) e para outubro 2016 (ano de Olimpíadas no Brasil), quando o ciclo municipal recomeça…
Ah! Que bom seria que tudo acontecesse de forma civilizada, sem baixarias, sem armações, sem agressões de qualquer tipo, com os candidatos defendendo seus projetos com veemência, mas com respeito ao adversário como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, na França, onde o perdedor costuma reconhecer a derrota e cumprimentar o vencedor, de quem até pode se tornar colaborador porque o que todos defendem lá, mesmo em posições opostas, é o interesse da nação e não os interesses pessoais.
As eleições serão no dia 7 de outubro mas, por onde se anda, esse tema é só o que se respira nessas terras sertanejas e pelo Brasil a fora…
Que Deus abençoe a caminhada de todos até às urnas e os eleitos e console os derrotados, abençoando-os também. Afinal, todos se dizem cristãos e são, igualmente, filhos de Deus!…
