Nossos dias em forma de poesia
AINDA SOMOS OS MESMOS
Autora: Iana Lima
Nasce o dia, sol a pino vida difícil. Vai-se o dia vem à noite vida difícil
No campo, na roça, na cidade, muitos mundos, igualdade não é realidade.
Calça suja, ou de linho, camisa rasgada ou de gravata.
Pouco dinheiro, bolso cheio, barriga cheia, bucho seco.
Malandragem, indecência, corrupção, mensalão,
No mesmo mundo, inocência, fome, miséria e decepção.
Quanto vale o meu voto? Cesta básica vale gás
Ou quem dá mais? Olha o que a necessidade faz.
Progresso, primeiro mundo onde está? Não existe evolução!
Quando gente passa fome, tem sede e dorme no chão.
Você paga tanto imposto, onde está educação, saúde pura utopia!
Pois, naquela grande fila morre gente feito bicho, mendigando por atenção.
Que vale tanta luta se não temos do que nos orgulhar
Esperança ainda existe e persiste em cada olhar
Negro, branco, rico ou pobre, sou gente! E se não sou quero ser
Tenho deveres, e meus direitos? Quem vai fazer valer?
Que pena, tudo esbarra na ignorância de quem pensa tudo saber,
Imoral são os discursos, palavras bonitas da boca dos ricos sujos.
Que pensam nos corromper,
Digna é a fé desse povo, com raça e determinação, identifica essa nação.
Gente forte, povo humilde que tem orgulho e gratidão.
Sonha com um Brasil, um nordeste, Um mundo.
Que respeite o cidadão, cor ou sexo sem qualquer distinção.
Esperança ainda existe é o que pulsa em nosso coração,
Nasce o dia, vão-se os dias e ainda somos os mesmos até que nasça outro mundo, Porque este parece não ter mais jeito,
Ou que renasça em teu seio, filhos deste solo que agradeça a mãe gentil!
Dia, noite ainda somos os mesmos… Dia, noite os mesmos.