Turpim Nóbrega, paraibano de Livramento, onde nasceu em 6 de abril e 1930, corria, na hiperatividade que movia sua vida, para comemorar 83 anos neste 2013. Faltando tão pouco, o coração impediu o restante da caminhada…
Em 1953 ele começou a trabalhar na Chesf. Desde a sua infância, na sua pequena Livramento e durante toda a sua vida algumas paixões lhe deram alento para avançar nos anos, ganhar a vida, conquistar amigos e viver feliz: música, que o encantou primeiro, a família muito presente e muito amada e o Vasco da Gama, o time do coração.
Turpim descobriu o caminho da Galcom Comunicações e falou que, ao longo da vida, tinha juntado anotações, causos, curiosidades sobre a música e sobre músicos que tocaram com ele por dezenas de anos.
Um conjunto musical respeitado
Na época, 2007, eu começava a alimentar o sonho de resgatar a história e a memória de Paulo Afonso, seus pioneiros, suas instituições, projeto que continua vivo, buscando apoio para levar ao conhecimento desta e de futuras gerações a história daqueles que marcam o começo de tudo, desde 1948, e até bem antes, ainda em terras de Glória, ou de Forquilha para que todos entendam que não se pode planejar o futuro sem conhecer o passado.
Metais valiosos: Turpim, Lalau, Periperi, Expedito Aguiar, Neco, Antônio Dudu e o aprendiz Sandro que hoje dirige a Orquestra do Colégio Sete
A provocação de Turpim foi o que faltava para começar esse projeto. Levantamos custos e nos propusemos, com o apoio da família, de produzir o primeiro livro desse projeto, chamado A Música e Eu, assinado por Turpim Nóbrega. A produção do livro foi feita na Galcom Comunicações, assim como a produção das muitas fotos para a escolha da capa, pelo fotógrafo Fernando Feitosa, Toitinho, levou um bom tempo clicando Turpim e seu inseparável saxofone.
No livro, Euclides Batista, outro pioneiro de Paulo Afonso, num resumido e precioso prefácio sugere esse título para o livro e diz:
“Turpim, meu velho amigo, aprendi a gostar de você em 1959, quando eu, ainda menino, cheguei no Almoxarifado da Chesf e você lá estava deslizando sua cadeira de rodinhas sobre o assoalho de madeira, controlando aqueles materiais tão importantes para a construção da nossa Paulo Afonso e do Nordeste”.
Ao apresentar o livro de Turpim eu começava dizendo que ali o leitor iria encontrar “alegres e musicais memórias de um pioneiro”. Porque não encontrei melhores palavras que representassem Turpim como “alegre” e “musical”. Ele foi movido a música e alegria toda a vida. Não perdia o bom humor nunca. Nem quando o seu Vasco perdia. Estava sempre esperança a revanche, uma goleada no próximo jogo.
‘A Música e Eu’ é a memória mais autêntica da Música em Paulo Afonso contada por Turpim
O seu sax, companheiro dos conjuntos musicais como Turpim e Seus Elétricos, da orquestras de carnaval, embalava os casais apaixonados ou animados foliões nos carnavais do COPA, do CPA e da região por dezenas de anos, da Banda da Chesf, sempre esperada na abertura dos desfiles cívicos, nas aberturas dos campeonatos de futebol e em solenidades do munícipio…
A Banda da Chesf, sempre esperada, abrindo os desfiles cívivos
Mas ele também se recolhia num som mais intimista, ele e seu sax, executando músicas sacras em missas, encontros religiosos, igrejas evangélicas e encontros outros onde o som do seu sax levava à reflexão sobre as bênçãos e maravilhas de Deus na nossa vida.
Euclides Batista, Turpim e Lalau, no Chá da Memória Chesf
Por isso que o Bispo Dom Guido Zendron, da Diocese de Paulo Afonso, o Padre Celso da Anunciação, da Paróquia de São Francisco, o Pastor Daniel, da Igreja Evangélica Assembléia de Deus (da Praça Libaneza), e muitos músicos, desde pioneiros como Periperi a outros mais novos estiveram abraçando seus familiares, trazendo uma palavra de conforto, deixando suas lágrimas.
Quando completei 60 anos, realizamos um culto em ação de graças em minha casa. Ali estavam os meus irmãos da 1ª Igreja Presbiteriana de Paulo Afonso e muitos outros amigos, dentre eles Turpim Nóbrega. Coube a ele tocar o “Parabéns pra você” mas foi quando executou no seu sax o hino “Grandioso és Tu” que se sentiu a emoção fluir abundantemente, em lágrimas e demorados aplausos. E esta é apenas uma das muitas lembranças do convívio com Turpim.
Espelho do DVD do lançamento do livro A Música e Eu
Daí o grande impacto que trouxe a notícia de sua morte, no dia 25 de janeiro de 2013, às 11 e meia da noite.
Inevitável mas sempre impactante porque nunca queremos perder aqueles a quem amamos, a morte levou Turpim Nóbrega deixando um intenso silêncio no ar onde antes as notas musicais extraídas do seu sax bailavam nos mais variados ritmos. A música parou. O sax emudeceu. Ficamos sem a convivência alegre de Turpim Nóbrega.
Nesse dia 27 de janeiro, familiares, alguns amigos, músicos de longa data estiveram no Cemitério Pe. Lorenço Tori, em Paulo Afonso, para dizer adeus a este pioneiro de Paulo Afonso, mais um, que nos deixa entristecidos.
Turpim Nóbrega, paraibano de Livramento, onde nasceu em 6 de abril e 1930, corria, na hiperatividade que movia sua vida, para comemorar 83 anos neste 2013. Faltando tão pouco, o coração impediu o restante da caminhada…
Em 1953 ele começou a trabalhar na Chesf. Desde a sua infância, na sua pequena Livramento e durante toda a sua vida algumas paixões lhe deram alento para avançar nos anos, ganhar a vida, conquistar amigos e viver feliz: música, que o encantou primeiro, a família muito presente e muito amada e o Vasco da Gama, o time do coração.
Turpim descobriu o caminho da Galcom Comunicações e falou que, ao longo da vida, tinha juntado anotações, causos, curiosidades sobre a música e sobre músicos que tocaram com ele por dezenas de anos.
Um conjunto musical respeitado
Na época, 2007, eu começava a alimentar o sonho de resgatar a história e a memória de Paulo Afonso, seus pioneiros, suas instituições, projeto que continua vivo, buscando apoio para levar ao conhecimento desta e de futuras gerações a história daqueles que marcam o começo de tudo, desde 1948, e até bem antes, ainda em terras de Glória, ou de Forquilha para que todos entendam que não se pode p