No último dia 11 o Conselho Tutelar da cidade de Glória-BA recebeu uma denúncia de moradores do povoado Lagoa da Onça que, revoltados, relataram que quatro crianças, uma de seis anos, dois adolescentes de 13 e 15 anos e uma menina de nove anos foram abandonadas pelos pais e estariam passando por dificuldades.
Segundo relato de moradores, as crianças foram deixadas por seus genitores – já havia 22 dias- que viajaram para o estado de São Paulo dizendo que iriam fazer uma cirurgia, informação que o Conselho Tutelar de Glória diz ser falsa, pois descobriram que ambos foram passar as festividades de fim de ano na capital paulista.
Ao constatar a veracidade das denúncias, os conselheiros tutelares de imediato buscaram informações de familiares próximos da localidade e logo descobriram um irmão que mora na agrovila jusante sete, o mesmo, por ser maior de idade, (21), se comprometeu em cuidar dos menores que passaram a residir com o irmão mais velho.
Questionados pelos conselheiros, o porquê de não terem ficado na casa de parentes, as crianças relataram que seu pai foi quem ordenou que ficassem na roça, pois teriam que cuidar dos animais e plantas ali existentes e em caso de doença buscassem ajuda nas agrovilas próximas.
No dia 15 os pais retornaram à cidade de Glória. Em conversa com os conselheiros tutelares, ficaram revoltados e relataram que teriam deixado uma feira de R$ 300, e não havia motivos para esse alvoroço, os pais falaram ainda que se perdessem a guarda das crianças, o Conselho Tutelar que iria ser o responsável.
Entretanto, é preciso salientar que Glória – BA não possui uma casa para acolhimento de menores, o que limita bastante as ações do Conselho Tutelar, que apesar das dificuldades veem acompanhando diversos casos que lhe é de sua competência.
De acordo com o Art. 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
O caso será encaminhado ao ministério público, que tomará as providências cabíveis.