Quem acompanha bem o MMA nacional já ouviu falar de Neilson Gomes, baiano de 26 anos que entrou na casa da segunda temporada do The Ultimate Fighter Brasil 2 – Em Busca de Campeões. Companheiro de equipe de Junior Cigano na Academia Champion de Salvador, o faixa-preta de jiu-jítsu fez sete de suas 16 lutas profissionais pelo Jungle Fight e já disputou o cinturão de sua categoria original, o peso-leve, contra Adriano Martins em 2011. Agora, ele tenta a sorte como peso-meio-médio para realizar o sonho de chegar ao UFC.
– Já até tinha imaginado estar no UFC, mas estar no TUF, na casa do reality, é top mesmo, é além do que eu aspirava. Fico bastante feliz – afirma o lutador.
Sua luta contra Felipe Olivieri foi uma das mais disputadas do primeiro episódio do programa e uma de três a ir ao round de desempate. Após começar em desvantagem, Neilson Gomes buscou forças para se recuperar e vencer na decisão dividida dos jurados. Ele jura que jamais se esquecerá do confronto.
– Foi uma batalha. Eram dois rounds, perdi o primeiro e comecei a ficar agoniado. “Não acredito, não posso perder essa chance!” Quando fui e ganhei o segundo, deu para dar uma respirada, mas sabia que não podia vacilar, porque era o último e aquele era tudo mesmo. Quando deu tudo certo e acabou, me emocionei bastante – confessa.
A vocação de Neilson para o MMA surgiu na adolescência, quando praticava capoeira na sua cidade natal, Paulo Afonso, no interior da Bahia. Ao ser desafiado pela galera do jiu-jítsu para uma luta, o garoto não hesitou em buscar conhecimento de outras artes marciais para garantir uma boa atuação.
– Ninguém era muito graduado nem muito bom, era uma galera nova. Começou a ter uma rixazinha entre as academias de capoeira e o jiu-jítsu, e marcaram uma luta para mim contra um cara do jiu-jítsu. Aí eu comecei a treinar boxe para fazer essa luta, coisa de um ou dois meses, peguei aqueles UFCs antigões para ver se aprendia alguma coisa de jiu-jítsu. Aí marcamos na academia, fecharam as portas, nós dois sem luva, sem nada… Foi uma loucura. Consegui vencer, e não larguei mais, comecei a treinar jiu-jítsu. Depois me mudei para Salvador e comecei a treinar com o mestre (Luiz) Dórea. Foi assim que começou – conta.
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Neilson é hoje faixa-preta da “arte suave”, mas tem como luta predileta o boxe, especialidade da Champion. Ele tenta ser estudioso e jogar com a estratégia, mas admite que, se o adversário demora muito para agir…
– Sou bem agressivo, não gosto de ficar muito tempo parado. Se o cara demora muito, dou logo o meu (risos). Apesar de eu estudar bem, vou com estratégia para a luta, me acho inteligente na luta, mas, se estiver demorando, vou para dentro. Não tem tempo ruim.
Além do MMA, Neilson cursa atualmente a faculdade de enfermagem, na qual ingressou após abandonar o curso de educação física. Ele trancou a faculdade para poder competir no TUF.
– Não combina comigo, mas é muito “massa”. Estou há dois anos e meio. Aprendi a gostar do curso. Na verdade, eu gosto é de lutar, mas aprendi a gostar do curso, das amigas (risos), da galera – brinca.
Para o reality, Neilson leva uma mensagem de determinação e dedicação.
– Não pode desistir, não pode ficar parado. É correr atrás. Nada cai do céu, você tem que ir atrás. Muita gente reclama que fulano tem isso ou aquilo, trabalha disso ou daquilo, mas está lá na praia! Não vai para a frente. Tem que estar estudando, correndo de um lado para o outro. Você tem que ir lá pegar – ensina o baiano.