Na batalha das cidades contra o cocô de cachorro, o prefeito de Brunete, a oeste de Madri, optou por uma solução inédita: retornar o objeto ao expedidor. "O cachorro é seu, o cocô é seu", insiste Borja Gutierrez Iglesias, prefeito de Brunete. Após algumas semanas, ele decidiu optar por esta solução radical.
Para localizar os donos dos quadrúpedes caninos que deixam cair os cocôs nas calçadas, a prefeitura de Brunete recrutou cerca de vinte voluntários. Uma vez localizada a falta de civilidade, um deles, como quem não quer nada, se aproxima do proprietário. Devido a alguns comentários bajuladores a respeito do animal, ele fica sabendo do prenome e da raça do animal.
De volta à prefeitura, basta o voluntário consultar o registro canino da cidade. Agora é só embalar o pacote e enviar ao proprietário. A pequena caixa branca de palelão , entregue em mãos, leva o selo da cidade e a inscrição "objetos encontrados".
A entrega de 147 pequenas caixas brancas parece ter tido mais impacto nessa cidade de 10.000 habitantes do que uma campanha publicitária anterior pela mídia, usando um cocô de plástico.
Aí está a tradução da matéria publicada no Le Monde de Paris, na edição de 08 de agosto. Se alguma coisa parecida for feita em Paulo Afonso em relação às nossas calçadas, pejadas de obstáculos irracionais, talvez a gente pare de ver senhoras mães amorosas a empurrar os seus bebês, em carrinhos apropriados, pelo asfalto numa disputa altamente desvantajosa – e perigosíssima – com os veículos.
Tradução de Francisco Nery Júnior
