Foi sepultado na tarde desta quinta-feira (19), no Cemitério Campo Santo, o segundo Policial Militar que morreu dois dias depois de passar mal durante um exame físico do Curso de Operações Policiais Especiais (Copes), porta de entrada para o Batalhão da Polícia de Choque da Polícia Militar. Luciano Fiuza tinha 29 anos e era lotado no 12º Batalhão (Camaçari). Fiuza morreu na noite de quarta, no Hospital Aeroporto.
Fiuza é o segundo policial a morrer, dos quatro que foram internados após uma atividade chamada Teste de Habilidade Específica (THE), que exigiu que os 67 candidatos corressem 10 km em 60 minutos, no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas. Na corrida, eles usavam calça do fardamento e coturno. A primeira morte, do soldado Manoel dos Reis Freitas Júnior, aconteceu na terça-feira, também no Hospital Aeroporto. Manoel era lotado na 4ª CIPM, em Macaúbas, na Chapada e seu enterro estava marcado para acontecer na manhã desta quinta, em Esplanada.
De acordo com a Polícia Militar, o tenente Joserrise Mesquita de Barros, de 30 anos, lotado na Cipe-Cerrado, que está internado no Hospital Aeroporto, continua em estado grave. A Polícia Militar, informa, no entanto, que o quadro de saúde do PM é estável. O soldado Paulo David Capinam, 26, lotado na 81ª CIPM, em Itinga, que havia deixado a UTI do Hospital São Rafael na terça-feira, recebeu recebeu alta hospitalar, segundo informações da Polícia Militar.
De acordo com a PM, o soldado Freitas faleceu depois de apresentar um quadro de insuficiência renal e, em seguida, apresentar uma parada cardíaca. As investigações da polícia sobre o caso giram em torno da possibilidade dos policiais terem ingerido algum tipo de medicação para melhorar o condicionamento físico.
O diretor de comunicação da Polícia Militar baiana, capitão Marcelo Pitta, afirmou que, antes de participar do curso, os candidatos a ingressar no Batalhão de Choque são obrigados a apresentar uma bateria de exames e um laudo que atestem aptidão a participar do processo. Ainda segudo Pitta, os candidatos passam por análise de uma Junta Médica Militar e só então são liberados.
O resultado do Inquérito Policial Militar que investiga as mortes dos PMs deve sair em 30 dias. Segundo a assessoria do Instituto Médico Legal, o laudo da morte de Freitas deve sair entre 15 e 30 dias.