O fato de que nosso país cada vez mais vem caminhando para o topo dos países mais violentos não é nenhuma novidade. Mas uma realidade alarmante que nem se quer tem sido abordada, é a violência dentro do ambiente escolar, tal omissão tem contribuído significativamente para a propagação dos atos infracionais. Que se diga de passagem contribui para que quem hoje ainda não responda por seus atos, estarem estagiando para um futuro previsto caso não hajam medidas reestruturantes na lei e principalmente na postura dos responsáveis por resguardar a segurança no contexto escolar.
A violência que temos visto protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável, A dificuldade de adaptação social, é muitas vezes devido à educação deficitária por parte da família ou pelo meio onde o jovem vive (bairro degradado, alcoolismo, drogas, prostituição, detenção familiar, violência doméstica, furtos, resolução de conflitos com recurso à agressão, condições precárias de vida) esse conjunto de fatores tem o poder de fazer com que os jovens incorporem condutas semelhantes com o que vivenciam cotidianamente. São, portanto contribuições para que esses jovens convivam com ausência de referências positivas.
Mas diante desta realidade, omitir e mascarar essa violência é ou não contribuir para que esta se alastre ? É necessário que sejam feitas reflexões diante deste questionamento. neste sentido, ou melhor dentro da escola, há uma aclamação gritante por intervenção conjunta realmente eficaz, pois não se pode delegar a professores e demais profissionais do contexto educacional o poder e a obrigação de fornecer à população em risco modelos de conduta adequados ao seu desenvolvimento seja afetivo, intelectual ou moral pois, é notório que os muros extraescolares detém o poder de desfazer o que a escola se esforça na intervenção dessa dada realidade.
Nós, sociedade democrática, somos responsáveis pelas consequências educativas das nossas ações. Não podemos deixar que as crianças tenham futuros inadaptados ,mas por outro lado essas crianças já necessitam e precisam conhecer seus deveres como cidadãos, já que seus direitos tem que ser garantidos por lei. Não devemos questionar se a redução da menor idade penal deve ser reduzida ou não, o fato é que o problema da violência nas escolas existe e sua gravidade hoje não se reduz mais a brigas simplesmente, as proporções da não punição tornou-se incentivo para que: drogas, armas, ameaças, morte, estupro sejam realidades atuantes dentro das escolas. Omitir ou encarar a violência nas escolas é assumir que o “sistema” no geral não funciona e que ao invés de investir em escolas num futuro bem próximo será necessário aumentar o número de sistema carcerário.
Por Iana Lima