No geral, para o público, sob o céu nublado e temperatura amena, nesta manhã de domingo, o desfile da Data Magna da República na Avenida Apolônio Sales foi palco de puro prazer visual, auditivo e cognitivo, exposto nas apresentações e temas de docentes e discentes e seus paramentos festivos, próprios de suas instituições.
A suscitação dos celebres escritores Ariano Suassuna, João Ubaldo Ribeiro e do educador, professor, Gilberto do Sete de Setembro, todos de eternas saudades e suas mensagens curtas, proveitosas e espirituosas, abrilhantaram sobremaneira a reluzente festa cívica.
Coordenada por Sandro Rogégio, Marcos Lisboa e Lucas Silva, a Banda Musical do cinquentenário Colégio Sete de Setembro, entre outras músicas entoou o dobrado, Dois Corações, do saudoso Pedro Salgado, e, “no clima”, o inusitado do cerimonial na versão do rock, Banho de Lua, na voz da Cely Campello misturados na cadência da marcha militar, onde o movimento dos quadris das estudantes, segundo um anônimo da plateia, foi bem mais expressivo e bonito que o movimento feminista dos anos sessenta que parou no tempo.
O desfile patriótico foi expoente de fardas, cores, plumas e paetês que adornaram as expressões corporais e sinuosas das pessoas que desfilaram para deleite e aplausos dos assistentes. Foi bom! Valeu o evento!
Considerações comparativas à parte, o grito de todos, uníssonos, simultaneamente ao dos excluídos que chamava a todos a participar do Plebiscito Popular, Por Uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, estava estampado nas mensagens dos cartazes reivindicando acessibilidade para pessoas com deficiências físicas, contra a violência, o tráfico de drogas e o abuso a idosos, crianças e adolescentes e o descaso a seus estatutos.
Na área de produção e expansão econômica nada de novo foi exposto no binômio Emprego/Renda, e no Turismo, Esporte e Lazer, o trivial apresentado ficou muito aquém do esperado da Administração Pública que gerencia polpudas receitas.
Na seara política, no palanque, a ausência dos vereadores oposicionistas no desfile ecumênico e suprapartidário que celebrou a data da Independência do Brasil, esteve na contramão da assertiva de que a Política, também, é a arte de reunir contrários, embora sem estarem juntos.
No final, então sob um sol causticante, a passagem última de um grupo político e seu vereador em apoio a um candidato a deputado estadual renomado na cidade, pelo avançado da hora e da cara de fome de seus integrantes que seguravam bandeirolas, lembrava anacronicamente o “Exército de Brancaleone”, mortos-vivos remanescentes das guerras do século XIV que perambulavam pela Europa atrás de comida, guiadas por um ensandecido comandante. A “patriotada partidária” desassistida destoou da festa. Foi mal!