(28), domingão, foi dia de fugir um pouco daquilo que costumo fazer nas últimas horas do final de semana: ficar quietinho em casa esparramado no sofá vendo TV. Decidi catar a câmara e bater ponto em mais uma (ou melhor, a última) etapa do Palco Giratório, projeto de circulação de espetáculos do SESC. Dessa vez, Paulo Afonso recebeu o grupo Garajal, lá do Ceará. Eles trouxeram pra gente a montagem "Romeu e Julieta – O encontro de Shakespeare e a cultura popular".
Pelo visto muita gente também estava disposta a dar uma rasteira na mesmice, e nada melhor do que um programinha cultural para isso. Ver a Praça das Mangueiras com uma plateia grande e entusiasmada, com vontade mesmo de ver o negócio acontecer, fez valer a pena o pulo pra fora do meu sofá, me deixando satisfeitíssimo, e muito mais pelo fato do público do que com o próprio espetáculo, que não me empolgou tanto assim com a sua releitura do clássico da literatura inglesa, não.
Tá. Era bacana a dinâmica das cenas e tal, os adereços, o capricho dos figurinos e maquiagem, o charme da trilha sonora feita ali, ao vivo… Tudo bastante interessante, tirando só o fato d’eu ter ficado um pouco perdido no entendimento do modo em como eles queriam contar a história de Romeu e Julieta. E mesmo que outras pessoas também tenham se sentido assim, foi bom demais ter presenciado a criançada, jovens, velhinhos, pais, mães… gente de toda as tribos atenta ao que acontecia ali na praça.
Acostumado a ver sempre os mesmos grupinhos nos eventos culturais, começar a ver novos rostos na plateia só prova que esse público tá sempre oxigenando, e crescendo… O que estimula a movimentação artística local. E isso é ótimo! Pois mesmo com um cenário muitas vezes adverso, as ruas têm se mostrado grandes palcos, espaços alternativos surgem. Dá uma canseira danada na galera, mas a resistência ainda é maior. A sobrevivência nesse espaço? A sobrevivência é uma arte!