Na manhã desta segunda-feira (23), todas as atenções estavam voltadas para o legislativo municipal. Não havia espaço no auditório para quem chegou atrasado à Câmara. Entre juízes, representantes da polícia, Exército, sindicatos, executivos e populares.
Cumpre dizer que a Câmara tem como finalidade fiscalizar a máquina pública e, em consequência disso, não pode abdicar do dever de corrigir erros, convocar os seguimentos diversos para o debate público, e acima de tudo, honrar o compromisso com o povo.
Os vereadores da base trataram de defender os princípios morais do prefeito e justificar lacunas do governo. “O prefeito trabalha com honradez, nós sabemos que o grande arrecadador de recursos no Brasil é o governo federal e os municípios ficam com um taco da arrecadação, porém, moramos nos municípios, o estado e a união são uma ficção jurídica”, começou Luiz Aureliano (PT), 2º secretário.
A Sessão Solene seguia numa nota só, Luiz Carlos de Carvalho, o "Carlinhos de Tico" – Secretário Municipal de Relações Institucionais -, justificou a ausência do prefeito, enumerou obras do poder executivo e ainda teve tempo para uma breve enedota juvenil.
Mas, o tom camarada dos vereadores governistas foi quebrado quando a oposição, na voz de Antônio Alexandre (PR), deu suas primeiras notas. “A nossa tristeza hoje, seu Carlinhos de Tico, é que a mensagem do chefe do executivo seria perfeita se ela fosse verdade. Nunca vimos uma cidade tão suja e com tanta situação caótica como vemos hoje”, disse.
O clima de Grande Expediente deixou alguns vereadores irritados. “Tem gente que não pode ver plateia", soltou um. “É uma Sessão Solene, embora todos tenham sua dor, houve exagero, aquele que bate hoje é porque foi vegetariano ontem e hoje como carne, é aceitável na democracia”, disse Carlinhos de Tico, na saída da Sessão ao site Ozildo Alves.
São quinze homens entre governo e oposição que precisam deixar o discurso e fazer alguma coisa. “Não dá mais só pra discutir saúde, precisamos fazer alguma coisa com urgência”, afirmou o 1º secretário, Regivaldo Coriolano (PCdoB), sobre a situação complicada da saúde na cidade.
Se alongando mais do que o esperado, e, convenhamos, necessário, a Sessão terminou e deu teve início a Primeira Sessão Ordinária de 2015.