13 de setembro de 2025

Multas: Secretário e vereadores divergem e deixam pauloafonsinos ainda mais confusos

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A Sessão Ordinária da Câmara Municipal mais esperada do primeiro semestre, acontecida na manhã desta segunda-feira (27) tinha prevista no roteiro a resposta para a pergunta que não cala na boca dos pauloafonsinos: afinal, deve-se pagar ou não as multas dos radares sob suspeita de irregularidades?

Depois de sete meses de espera, um convite e uma convocação – ambos sem resposta da prefeitura, muita especulação e um laudo do IBAMETRO – Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade – assinado pelo diretor de regulação, Edson Augusto de Oliveira, em que aponta irregularidades com diferença de até 9,1km/h, sempre velocidades acima, enfim… Eis que agora, depois da participação do secretário de serviços públicos, Paulo Mergulhão é que não se sabe mesmo o que fazer com as multas.

“O que está sendo feito com as multas dos radares que estão sendo arrecadas no nosso município?” foi uma das vinte perguntas feitas pelo líder da oposição, Edson Oliveira (PP) sem que o secretário tivesse tempo de respirar. Surpreendentemente, Mergulhão respondeu "que nada", pois até o momento não caiu um centavo dessas multas nos cofres públicos, e, consequentemente, não foi repassado também à empresa GCT, responsável pelos radares.

“Mas o TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) diz que foi feito o primeiro pagamento?”, continuou Edson. Paulo não soube o que dizer. “Respondo por serviços públicos e não por finanças”. Depois de socorrido pela assessoria, filosofou. “Não sou criança a ponto de saber tudo”, lembrando o sucesso do grupo Legião Urbana.

Inocente, diga-se, também não foi a prefeitura, pois se a finalidade última dos radares era para educar o cidadão e tornar o trânsito mais seguro, porque não se fez uma campanha que os colocassem em alerta?, ou alguém quer sustentar que isto aconteceu só com a publicidade?, como foi bem lembrado por Regivaldo Coriolano (PCdoB) e também não teve uma resposta convincente.

Olhos nos olhos quero ver o que você faz

A expectativa era demasiada para o vereador Antônio Alexandre (PR) e se Paulo Mergulhão veio de Legião Urbana, Alexandre fez lembrar a obra de Chico Buarque quando falou olhando para os representantes da GST:

“Quando nós estivemos com o diretor Edson Augusto de Oliveira ele chamou um técnico para está presente, e este confirmou que lacrou o aparelho irregular, e no outro dia a empresa chamou um outro técnico para refazer as irregularidades que tinham sido cometidas naquele instrumento. Moral da história: consertar o que estava errado e depois dizer que estava certo. Isto é vergonhoso e lesa o motorista”, começou o vereador sobre a existência de laudos com infamações opostas emitidos no dia 22 – nas mãos de Alexandre que reprova o aparelho, e outro no dia 23 – nas mãos do secretário que o aprova. Ambos foram emitidos no mês de outubro de 2014.

Segundo Antônio Alexandre os instrumentos foram absurdamente caros e ainda são velhos. “A empresa tinha a obrigação de informar à prefeitura, pois sabia das irregularidades” e resumiu o conjunto da obra. “O que vimos aqui foi uma tremenda falcatrua porque se convidou o técnico depois do aparelho ter sido deslacrado”.

Os bastidores da Sessão

Para o público que acompanhou a Sessão pode-se dizer que caminhou como aquele jogo em que o time da casa dita o ritmo da partida e faz um gol assim que começa a disputa. Paulo Mergulhão iniciou um pouco nervoso, mas depois se esforçou muito para explicar minúcias das leis de trânsito, mudanças que estão sendo feitas como a pintura de faixas, percentuais de multas que segundo apontou nos gráficos estão diminuindo, o problema é que o time adversário cresceu com Edson Oliveira no meio de campo, distribuindo perguntas – muitas sem respostas, e com Antônio Alexandre no contra-ataque.

Jota Matos (radilaista) aconselhou mudar o rumo da prosa. De fato a Câmara tem conseguido fazer boas reuniões, se os secretários fossem mais solícitos aos pedidos de esclarecimentos sobre temas diversos todos saíriam ganhando. Cumpre mesmo ao governo responder pelo bom andamento da máquina pública. Vendo que o time se embolava no meio de campo, Jota Matos chamou Marconi Daniel (PV) e sugeriu que se falasse mais no comportamento do técnico, Edson Augusto de Oliveira que assina dois laudos com situações opostas. Este também foi um ponto que chamou atenção de todos, se ele era conhecedor que não estava correto no dia 22, porque assinara no dia 23?

Para Zé Carlos (PRB) os radares fazem à diferença. “Um motorista levar uma multa é normal, agora dez, quinze e até trinta como foi apontado aí, mostra imprudência. Eu mesmo passo todos os dias nessa avenida e não tenho nenhuma”, destacou o vereador que se disse satisfeito com a segurança trazida pelos aparelhos. “Já presenciei muitos pais sofrendo a perda de seus filhos causados por acidentes em vias sem fiscalização, o povo do BTN quer mais segurança por lá também”.

Irmã Lêda (PDT) quer saber sobre suas multas – Ficou certo suspense no ar quando a vereadora começou a falar, porque seu esposo, o empresário Nicholson Chaves anda sempre na companhia de várias multas aplicadas pelos radares, já colocou nariz de palhaço, fez barulho até que se ausentou das Sessões. Porém, a dúvida de Lêda era sobre uma multa que não existia quando ela emplacou o carro e apareceu depois. Nicholson não resistiu e apareceu discretamente na reunião de ontem, que deixou os multados ainda mais perdidos.

A Sessão Ordinária da Câmara Municipal mais esperada do primeiro semestre, acontecid

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