13 de setembro de 2025

Empresário cobra dívida de prefeitura e acusa presidente da Câmara de receber por ele em Mata Grande

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A locação de dois carros, uma dívida de R$ 128,2 mil, palanque eleitoral, abuso de poder político, ações judiciais e uma amizade desfeita. É o resultado do negócio feito pelo empresário Kleber Malaquias de Oliveira e a Prefeitura de Mata Grande, em 2009, intermediado por Júlio Brandão, hoje presidente da Câmara de Vereadores do município. A sina de Malaquias está posta em várias denúncias feitas por ele à Polícia Federal, ao Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual, à 17ª Vara Criminal de Maceió e ao Conselho Nacional de Justiça. Por ora, o caso está sendo investigado apenas pelo promotor de Justiça de Mata Grande, Cláudio Teles.

Quando alugou os dois veículos à Prefeitura de Mata Grande, Kleber Malaquias diz ter confiado na amizade entre ele, o vereador Júlio Brandão, e o prefeito Jacob Brandão, irmão de Júlio. O custo por cada veículo era de R$ 2.850 mil, totalizando R$ R$ 5,700 mil por mês. O empresário jura que só recebeu, em cheques nominais, três pagamentos. A prefeitura deixou de lhe pagar e só depois de “muito cobrar”, é que ficou sabendo que alguém estava recebendo por ele: o amigo, vereador e irmão do prefeito, Júlio Brandão. Segundo Malaquias, o secretário de finanças do município, que é primo do prefeito e do vereador, Gabriel Brandão, era conivente com essa situação.

Malaquias não tem dúvidas de que Júlio tinha autorização do irmão prefeito para ficar com o seu dinheiro. Segundo ele, o vereador falsificava a sua assinatura para descontar ou depositar o cheque em alguma conta bancária. “Tem aí crime de apropriação indébita, estelionato, formação de quadrilha”, aponta o empresário que diz saber, até, onde o vereador gastava o dinheiro que seria seu: no pagamento de dois carros de luxo, inicialmente uma Pajero Full Preta e depois uma Land Rover.

Para piorar a situação, um dos carros que ele alugou ao município sofreu dano total, em serviço, por conta de um incêndio. A Prefeitura, segundo Malaquias, nunca o ressarciu. No ano passado, o empresário decidiu levar o caso à Justiça e, de lá para cá, tem batido em todas as portas que considera importante para reaver, não apenas a compensação do prejuízo pessoal que garante ter tido, como a postura ética na política de Mata Grande: “É preciso haver punição, isso é roubo, e é roubo com dinheiro público”, diz.

Kléber Malaquias contratou um advogado e a dívida, acrescida de multa, correção monetária, juros de mora e honorários advocatícios, subiu para R$ 334.849,48. Segundo o empresário, ele foi à Polícia Federal porque acredita que a agência do Banco do Brasil em Mata Grande, que detém a conta única do município, é conivente com o golpe que sofreu. “Como a agência paga ou deposita um cheque nominal sem assinatura, ou sem verificar a assinatura?”, questiona.

“É preciso investigar, também, se outras pessoas não estão sendo vítimas do mesmo golpe que eu”, adverte. Já a 17ª Vara, o Gecoc e até o CNJ, Kleber Malaquias diz que procurou essas instâncias porque acha que o prefeito Jacob e seu irmão Júlio são protegidos politicamente pelo desembargador Washington Luiz, presidente do Poder Judiciário do Estado. Ele teme que o caso não siga adiante na justiça comum.

Promotor de Mata Grande diz que faltam provas, mas não ouviu denunciante

O promotor de Justiça Hamilton Carneiro Júnior, do Gecoc, confirma que tomou as declarações de Malaquias e as enviou ao colega Cláudio Teles, que responde pelo Ministério Público em Mata Grande. Hamilton informou que o Gecoc só atuará no caso, se a promotoria local requisitar apoio. As declarações foram dadas em agosto de 2014 e, até agora, apenas uma testemunha, indicada pelo empresário, Felipe Malta Gaia, foi ouvida. O promotor Cláudio Teles diz que a investigação está “andando”, mas como só vai ao município uma vez por semana, há sempre outras prioridades em sua mesa. Malaquias não foi ouvido e o promotor esclarece:

“Não será preciso. Eu já tenho as declarações que ele deu ao Ministério Público em Maceió. Ouvi-lo, agora, seria apenas repetir as mesmas coisas”, justificou Teles.

Sobre Felipe Malta Gaia, a única pessoa ouvida na investigação, o promotor diz que ele negou ter conhecimento das denúncias do empresário. Cláudio Teles lamenta que Malaquias não tenha juntado provas e que o recolhimento delas demanda tempo da promotoria. Mas quando o Cada Minuto o questionou porque não pede apoio ao Gecoc, ele respondeu com outra pergunta: “Mas o que você quer mesmo saber?”. E assegurou que o “caso está andando”, que todos os acusados serão convocados a depor e que, se houver um fato novo, ele ouvirá o empresário.

Com relação às prioridades as quais se referiu, o promotor explica que são processos sub judice, casos envolvendo menores, entre outros.

Teor da conversa do vereador via WhatsApp, apresentada por Malaquias:

Júlio Brandão: “Agora tamo ai no poder”. “Painho vai ser prefeito de Joaquim Gomes”. “Ele gosta que só de tu”. “Em vez de ir pela amizade, pra ele te ajudar, tu fica ameaçando os amigos, pô”.

“Esse rapaz é doido”, reage o vereador acusado de estelionato

O vereador Júlio Brandão nega as acusações contra ele, admite que era amigo do empresário, a quem tratava como “Bodão”, e diz que o próprio promotor Cláudio Teles lhe afirmou que nada do que Malaquias denunciou “tem sentido”. “Esse rapaz é doido, é um falsário, um estelionatário. Na cidade dele, Rio Largo, todo mundo o conhece. Ele tem atestado de loucura, vive dando golpes, já deu golpes em aposentados”, reagiu quando o Cada Minuto Press lhe perguntou sobre as denúncias contra ele, feitas pelo empresário.

“Não preciso de migalhas”, respondeu sobre a acusação de ter recebido o pagamento dos veículos em nome de Malaquias. Ao ser informado que a quantia mensal era de R$ 5,7 mil, ele acrescentou: “Eu nem sabia que era esse valor”. E indagou à reportagem: “Por que está se dando tanta importância a essa matéria? Diga aí que eu não tenho nada a declarar”. Depois, apontou um culpado: o prefeito de Canapi Celso Luiz. “��������Y)�� ��

A locação de dois carros, uma dívida de R$ 128,2 mil, palanque eleitoral, abuso de poder político, ações judiciais e uma amizade desfeita. É o resultado do negócio feito pelo empresário Kleber Malaquias de Oliveira e a Prefeitura de Mata Grande, em 2009, intermediado por Júlio Brandão, hoje presidente da Câmara de Vereadores do município. A sina de Malaquias está posta em várias denúncias feitas por ele à Polícia Federal, ao Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual, à 17ª Vara Criminal de Maceió e ao Conselho Nacional de Justiça. Por ora, o caso está sendo investigado apenas pelo promotor de Justiça de Mata Grande, Cláudio Teles.

Quando alugou os dois veículos à Prefeitura de Mata Grande, Kleber Malaquias diz ter confiado na amizade entre ele, o vereador Júlio Brandão, e o prefeito Jacob Brandão, irmão de Júlio. O custo por cada veículo era de R$ 2.850 mil, totalizando R$ R$ 5,700 mil por mês. O empresário jura que só recebeu, em cheques nominais, três pagamentos. A prefeitura deixou de lhe pagar e só depois de “muito cobrar”, é que ficou sabendo que alguém estava recebendo por ele: o amigo, vereador e irmão do prefeito, Júlio Brandão. Segundo Malaquias, o secretário de finanças do município, que é primo do prefeito e do vereador, Gabriel Brandão, era conivente com essa situação.

Malaquias não tem dúvidas de que Júlio tinha autorização do irmão prefeito para ficar com o seu dinheiro. Segundo ele, o vereador falsificava a sua assinatura para descontar ou depositar o cheque em alguma conta bancária. “Tem aí crime de apropriação indébita, estelionato, formação de quadrilha”, aponta o empresário que diz saber, até, onde o vereador gastava o dinheiro que seria seu: no pagamento de dois carros de luxo, inicialm

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