O projeto de lei Nº 12/2015 aprovado pela Câmara Municipal, na última segunda-feira (15) reza, parágrafo por parágrafo, nada menos que os rumos da educação no município de Paulo Afonso, para a próxima década. Trata-se do PME (Plano Municipal de Educação) em consonância com o MEC (Ministério da Educação e Cultura), onde os municípios têm liberdade para traçar metas na pasta de acordo com as suas respectivas realidades, dentro do que possibilita as leis.
Isto posto, entende-se a importância do que estava em curso na última Sessão, some-se então, a interpretação que a Igreja Católica deu à “Ideologia de gênero” contida no inciso 3º, do Art.2º do Projeto. Era de se esperar que os vereadores estivessem com o texto na ponta da língua, e, para melhor esclarecimento do que venha a ser “Ideologia de Gênero” favorecessem o contraditório. O texto foi aprovado com a ideologia suprimida, e no lugar, formulou-se: “Proposição de ações para superar as desigualdades educacionais com ênfase para a promoção da igualdade racial”.
Note-se: alguns assessores tentaram sem sucesso, explicar aos vereadores, em que se baseia a tal ideologia de gênero. Seria uma proposição que pretende superar desigualdades ‘sociológicas’ entre homens e mulheres, e não ‘fisiológicas’ como entende a Igreja. A bem da verdade faltou na plateia alguém que respondesse pela educação, um documento tão importante sendo votado, e a imprensa sem ter a quem recorrer para maiores esclarecimentos.
Sem entender patavina do que estava votando, o vereador José Gomes, o ‘Zezinho do INSS’ (PROS) deu o tom circense que tomaria o resto da Sessão: “Eu tô sabendo aí que vão votar um negócio de sexo nas escolas, e eu sou contra essa safadeza aí”. Durante as duas horas que se seguiram, ninguém conseguia demovê-lo do propósito de tirar a “safadeza” das escolas, e já estava em discussão o projeto de lei Nº 14/2015 do executivo, solicitando crédito adicional de R$ 1,7 milhão de reais.
