Por Francisco Nery Júnior
Filho de general, ex-presidente da República, ele vive em Paris em apartamento confortável. Se dizia de esquerda, pelo menos centro-esquerda.
É sempre assim. Os malandros são os que mais sentem a necessidade de gritar aleluia. Os psicólogos estão com a palavra. Eles passarão. Nós passarinho. Assim sendo, ficamos quietinhos na nossa insignificância.
Raiva – ou ódio – de Fernando Henrique? Não. Só desprezo. Sim, ele salvou o INSS com o sacrifício de milhares de contribuintes. O que acha o leitor alguém pagar a contribuição teto do INSS, a maior contribuição, durante 22 (vinte e dois) anos, dos 35 requeridos, e receber mensalmente algo desprezível em torno de um salário mínimo? O eleitor não se sentiria garfado?
Quem não se sentiria garfado principalmente por um elitista disfarçado em arauto das causas dos menos favorecidos?
Pressentimento existe, caro leitor. Nos meus vinte anos, no meu primeiro emprego na atual Coelba, funcionário das Folhas de Pagamento da empresa, eu teria optado por ignorar o INSS, então INPS. O faro me dizia que eu seria vergonhosamente garfado. Com os 8% de desconto mensal, eu teria investido em móveis e imóveis e estaria rico hoje. Arrancaram do meu bolso o meu dinheiro suado para o governo dito socialista do senhor FHC jogar descaradamente no esquecimento, para não dizer no lixo.
Com mais de noventa anos, ele deve estar purgando o arrependimento em um país esclarecido como a França que não merece tê-lo por lá.
Se esta matéria estiver quebrando alguma lei, os meus punhos estão à disposição para as algemas.
P.S. Na esteira do Plano Real, mancomunaram-se e decidiram que, para as aposentadorias após 1994, a média seria calculada dessa data para cá, desprezando toda a referência às contribuições anteriores.
