Bero do Jardim Bahia puxa bloco dos ‘mártires da conveniência’ em defesa da Embasa

Até o vereador Bero do Jardim Bahia (PT) abrir a boca, na ruidosa sessão ordinária da Câmara Municipal desta segunda 18, a Embasa, através dos seus representantes, apanhava mais do que a Geni de Chico Buarque de Holanda: “/Joga pedra na Geni/ joga bosta na Geni…/”.

Então o vereador aparece como mestre de cerimônia da prefeitura fazendo um discurso em defesa do povo pauloafonsino, segundo ele, desdenhando a fala dos colegas de oposição, classificando-as de discurso bonito e sem efeito prático e ainda colocando esta legislatura como isenta dos problemas que por ventura a Embasa tenha.

Até parece que os rostinhos que estão nas cadeiras são outros que não os mesmos de sempre. O discurso de Bero é como bêbado que enfrenta a ladeira, se não vejamos:

O discurso dos mártires

“Esse Poder Legislativo aqui não pode pagar pelos erros anteriores, quando foi determinada a concessão (…) o povo de Paulo Afonso agora vai ter voz, mas nós não podemos de forma alguma ser irresponsáveis, o que é que no momento é necessário para o município, Raimundo Neto falou no orçamento de 114 milhões de reais que tá para vir para Paulo Afonso, por que é que esse dinheiro até agora não chegou para amenizar a situação de desemprego tão gritante em nosso município?”, disse com voz alta para o aplauso dos funcionários da Embasa.
Em primeiro lugar, a culpa é desta legislatura que, convenha-se, é a mesma do ano passado, e não cobrou do Executivo o envio do projeto de lei que regulariza a empresa ilegal desde junho de 2016.

Deixou passar em brancas nuvens para não atrapalhar as eleições e prejudicar o candidato do prefeito. Em segundo, o montante anunciado pela Embasa é dinheiro público tomando por empréstimo que uma vez aplicado, como bem lembrou Antônio Alexandre (PMDB), o povo paga por ele duas vezes e, para jogar a pá de cal, que defesa do consumidor e do povo é essa, feita pelos vereadores que foram na mesma balada de Bero, a saber: Marconi Daniel (PHS) e Zezinho do INSS (Podemos) que não lembraram a Embasa o assalto promovido por ela em algumas residências?

Note-se: aqui não tem PROCON, SERIA ÓTIMA OPORTUNIDADE

O consumidor recebe uma conta com 800 por cento de aumento, e no mês seguinte, volta à normalidade, porém, para não ficar sem água, a vítima vai e paga a conta. Depois vai enfrentar uma tremenda burocracia para tentar resgatar o que lhe fora roubado. A maioria não consegue. E os vereadores tão calorosos em defender o povo, olham nos olhos da gerência com tanto romantismo que até comove quem acompanha.

Tanto Daniel como Zezinho aproveitaram suas participações para maldizer as colocações dos colegas e falar bem bonzinhos com a Embasa, tem-se aí os ‘mártires da conveniência’ que dançam sempre conforme a música que o prefeito toca.