Comunidade Acolhedora para dependentes passa por momento delicado com contas atrasadas

As dependências da chácara alugada pelo casal Obede e Karina, localizada na Estrada do Paiol, ao lado do Verd Perto em Paulo Afonso, completou 4 meses de aluguel atrasado, e ainda está aberta acolhendo dependentes químicos graças a paciência da proprietária e a renda mensal de 350 reais do casal, que paga a energia, além de doações de parceiros como o Exército que doou bicamas.

O casal que adquiriu longa experiência com o tratamento de pessoas dependentes, no Estado de Alagoas, tenta de todas as formas garantir este espaço em Paulo Afonso, para resgatar essas pessoas e ajudar as famílias em torno delas.

Por enquanto, só com a força de vontade e a disponibilidade para servir ao próximo, seguem Obede e Karina, conversando, levando dependentes ao médico, ao CAPS, cuidando. Sem recursos, estão lá sete pessoas, eles produzem puffes ocupam o tempo com serviço de carpintaria, ajudam na limpeza do lugar.

São vidas desencontradas, que aqui se arranjam para com a força da palavra de Deus, dos cuidados e da esperança sobreviver à marginalidade produzidas pelas drogas, as lícitas e as ilícitas.

″Nós chegamos aqui e fazíamos palestras nas igrejas, somos evangélicos, mas a procura foi tanta que começamos a pensar num lugar para trabalharmos diretamente com os dependentes, porém, só temos a experiência e a vontade de ajudar″, disse Karina, sobre como pensaram em colocar a comunidade em Paulo Afonso.

Karina contou ainda que estão na chácara há quatro meses, neste tempo ela foi convidada para voltar ao trabalho em Delmiro, como assistente social, mas resolveu ficar e continuar com a comunidade.

Visita

Nesta quarta-feira (31), acompanhei a vereadora Leda Chaves, que foi levar mantimentos e dizer que na próxima segunda-feira (05), a Câmara Municipal deve votar o projeto de lei que torna a Comunidade Acolhedora Panorama da Sobriedade de utilidade pública e com esta finalidade a prefeitura poderá ajudar.

Karina procurou a vereadora e pediu ajuda, Leda conversou com os colegas, explicou a situação e as dificuldades:

″A gente precisa apoiá-los porque a maior parte das pessoas que chegam aqui não têm nada, são famílias muito pobres, e uma vez que o tratamento é feito em Paulo Afonso ajuda a todos, porque é muito difícil para eles visitar e acompanhar os dependentes fora daqui″.

Só com o aluguel e as contas de água e luz, por mês, se gasta mais de 4 mil reais. Eles, porém, disseram que se conseguirem a ajuda prometida da prefeitura, vão ajudar mais famílias:

″Um dependente atinge até 30 pessoas numa família, é uma situação muito sofrida para quem convive também, não apenas para o doente, hoje dois foram embora, alegaram sentir falta das famílias, mas a gente sabe que não é.″

Importante dizer que a ajuda, ‘as mãos’ estão estiradas, quando o dependente quer se livrar do vício, agarre-as com toda energia, mas é preciso antes ter o desejo de mudar a vida. Ter a opção de mudar de vida.