15 de agosto de 2025

“Cultura dos baianos é viver na praia tocando tambor”, diz vereador de Caixas de Sul ao defender contratação de argentinos em vez de trabalhadores da Bahia

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Redação, sitepa4

O PSol do Rio Grande do Sul anunciou nesta terça-feira que irá solicitar ao Ministério Público a prisão do vereador Sandro Fantinel (Patriota), em Caxias do Sul, por ofensas disparadas pelo parlamentar contra os trabalhadores baianos resgatados em situação análoga à escravidão na Serra gaúcha.

De acordo com a sigla, o vereador realizou um pronunciamento racista e xenófobo para se referir aos trabalhadores, defendendo que não fossem mais contratados na Serra gaúcha pois, segundo ele, a cultura dos baianos seria apenas “viver na praia tocando tambor”. “Deixem de lado esse povo acostumado com Carnaval e festa para não se incomodar novamente”, acrescentou. Fantinel sugeriu a contratação de argentinos. “São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário e ainda agradecem o patrão”.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) também se manifestou no Twitter sobre a fala do vereador. “Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que tratem nenhum nordestino ou baiano com preconceito ou rancor.”

“É desumano, vergonhoso e inadmissível ver que há brasileiros capazes de defender a crueldade humana. Determinei, portanto, a adoção de medidas cabíveis para que o vereador seja responsabilizado pela sua fala”, afirmou o governador.

O comentário xenofóbico do vereador foi durante pronunciamento na tribuna da Câmara de Caxias de Sul nesta terça-feira (28) ao questionar a repercussão do caso de trabalhadores resgatados em situação de escravidão nas vinícolas da cidade vizinha de Bento Gonçalves.

Mais de 200 pessoas foram resgatadas de um alojamento em Bento Gonçalves onde eram submetidas a trabalho análogo à escravidão durante a colheita da uva para as vinícolas. Os trabalhadores foram contratados pela Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda, que oferecia a mão de obra para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton e produtores rurais da região. Eles afirmam que eram extorquidos, ameaçados, agredidos e torturados com choques elétricos e spray de pimenta.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dos 207 empregados resgatados do alojamento em Bento Gonçalves, 194 voltaram para a Bahia, quatro ficaram no RS e nove eram gaúchos de Rio Grande, Montenegro, Marau e Carazinho, que voltaram para suas cidades.

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