Nós nos referimos ao passamento prematuro e inesperado de Jânio Soares. Foi-se o nosso Jânio. E, de longe, em recuperação de um procedimento médico, lamentamos.
Logo cedo, a notícia: perdemos o Jânio filho e descendente de pioneiros que foram parte importante para a criação do nosso parque elétrico e para a sedimentação da cidade.
E perdemos o dia, ruído negativo para a citada recuperação. Como em relação a qualquer concidadão, pioneiro, colega ou amigo, perdemos o dia que será consumido em lembranças tristes recorrentes de um Jânio que nos soube ser agradável, tolerante e simpático.
Mas vamos confidenciar que a perda foi maior pelo Jânio ex-aluno do Benjamim Sodré que sempre nos recebeu, na condição de secretário municipal, com um sorriso aberto, embora maroto, de quem sabe compor e tolerar, nos tratando pelo nome no diminutivo.
Feliz o gestor que tem um Jânio a quem entregar um setor, talvez complexo e problemático, e poder se concentrar em tarefas mais abrangentes.
Primeiro dia de aula e a chamada – que deve ser respondida : começando na letra A, chegamos à J. E lá estava escrito o nome Juscelino. Página seguinte, o nome Jânio. Na sequência, ou na página próxima, automaticamente, sem olhar para a página, chamei o nome João Goulart. Alguns sorrisos tênues de quem entendeu e uma amizade e uma consideração que duraram até hoje.
Outrossim, a Academia de Letras de Paulo Afonso perde um dos seus imortais. Os colegas da ALPA estiveram presentes em grupo na cerimônia pública de despedida de Jânio.
De longe, presente em espírito e em essência, com o grupo a minha parte no lamento geral que deve, a esta hora, estar comovendo toda Paulo Afonso.
Francisco Nery Júnior
P.S. Vinte e quatro horas após esta escrita, novo golpe, leitor: também um enfarto nos levou Iraildo, vigilante atento do CIEPA, autor do “Discurso do vigilante no sepultamento de Picolé”, menos de dois meses atrás, matéria publicada nesta coluna do site.