Governo visita o ‘falecido Ruberleno’ e culpa o ‘tempo’ pelo abandono do estádio

Há grama no estádio municipal Alváro de Carvalho, o ‘Ruberleno’, pois como Pero Vaz de Caminha informou à Coroa, ‘nela em se plantando tudo dá’, logo, se um dia a Chesf plantou… A frase adaptada, tenta diminuir a desilusão dos navegantes em não ter encontrado nos trópicos ouro, prata ou metal.

Eis que o governo municipal, como bons navegantes – e cuido, tão informados quanto – desembarcaram no Ruberleno, semana passada, e ‘se deram conta’ de seu espectro assombrado.  Ali jaz um estádio – com o mínimo de estrutura, ali jaz o futebol pauloafonsino, ali jaz, finalmente, o esporte.

A nota oficial da visita, como também era de se prever, diz que a Chesf – sempre a culpada de todo o mal de Paulo Afonso – o entregou há anos, fatalmente, segundo a matéria, a ‘ação do tempo’ o estragou.

Então vejamos: nestes últimos oito anos não existiu a prefeitura municipal?, onde estava a administração do ex-prefeito Anilton Bastos (PDT), com orçamento sempre pomposo – e não venham com crise, pois estamos falando de um tempo em que a palavra não frequentava o noticiário – para, no mínimo, garantir reparos que preservassem o estádio?, bem como um campeonato municipal para tentar dar oportunidade aos atletas locais?

O futebol em Paulo Afonso, sobrevive da iniciativa de alguns guerreiros que não deixam a peteca cair, que saem atrás de um e de outro, pedem aqui e ali, que fazem à margem dos recursos públicos um trabalho edificante, é o caso, por exemplo, de Bié, e o treinamento diário na Prainha, quantos garotos esse homem não conseguiu afastar do caminho errado, e assim o fazem outros.

O mínimo que o prefeito Luiz de Deus (PSD) deve fazer é organizar o estádio, deixá-lo com vida. O que se quer saber mesmo é: quando o governo de fato vai anunciar uma política esportiva que colha os jovens?, a administração pode ter idade avançada, mas sabe que gerencia um município cujo maior seguimento, a juventude, é lembrada uma vez por ano, na Copa de Velas.

Paulo Afonso tem atletas, moças e rapazes, que, não fosse pela iniciativa dos familiares e amigos, não teriam o sabor de disputar um campeonato – de tantas modalidades – e vejam que vão, com toda dificuldade, e vencem, e elevam o nome da cidade, e se orgulham de serem daqui. Parece que o mesmo sentimento não é compartilhado com quem pode tornar a vida deles menos sofrida.