… A segunda é Lady. Assim a chamo pelo olhar que me lembra Lady Diana, a finada ex-futura rainha da Inglaterra. Lady, assim a chamo, já foi dito, é uma simples plebeia de menos quilos. Vaga na nossa rua nos garantindo a todos companhia, amizade, comprometimento e segurança. Ela impõe respeito e segurança na área, não importando ser a madrugada quente ou fria, calma ou assustadora. Ela vela por nós!
Menos pesada que Carol, é também um encanto. O carinho que recebe, recebe de todos os vizinhos. Não é exagero afirmar que existe mesmo uma competição velada de prestação de favores à nossa cadela. Pratos e potes se sucedem em portas e portões. Cuidados e remédios não faltam. Os seus latidos à noite se misturam ao silêncio e ao luar para nos velar. Dormimos o sono dos justos na cadência dos latidos de Lady.
Toda regra tem exceção, porém. Na sua antiga casa, por fome ou capricho, resolveu um dia saborear uma das galinhas do quintal. Foi expulsa a paus e pedras, adquiriu um trauma incurável, mas não abandonou os amigos ao redor. Dorme e se abriga em uma quitinete especialmente construída para ela em uma das nossas frentes invariavelmente a todos [nós] nos abanar a cauda.
Feliz, amada, livre, farta, paparicada, caqueada ou mimada, Lady é a proava viva que o inimigo, muitas vezes, querendo nos fazer um mal, nos faz um bem. Esta afirmação é bíblica.
Otta é um velho conhecido dos leitores, o filho canino da minha velhice (falecido). Carol, a pesada cadela da doutora Sandra Faccenda, portentosa e bela. O longo introito, parte de matéria publicada há algum tempo.
Lady – ah, Lady – a nova moradora dos nossos corações. Passou para dentro e enriquece, junto com as flores e os cardos, o nosso jardim. Passamos a amá-la mais profundamente.
Está nas últimas aplicações de quimioterapia e está mais bela; mais solta e mais interativa. Mora, agora, na nossa casa e no nosso coração. Otta, do além, parece nos dizer estar feliz.
Melosidade em excesso? A culpa é de Lady e dos leitores que foram até o fim da matéria.