Líder do governo se apega a ‘desenho’ para defender omissão de colega e desvia atenção do povo sobre Embasa

Em alguns dias o líder do governo, Jean Roubert (PTB), irá conduzir seus colegas para aprovar o convênio, e posteriormente a renovação de um contrato para a Embasa continuar gerindo a água de Paulo Afonso. É certo que a questão é impopular porque nestes vinte anos de gestão da dita-cuja o pauloafonsino aprendeu a odiá-la. Quer pela ineficiência do serviço, quer pela simples falta de água e mais: pelas contas injustificáveis.

Na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (15), o vereador Zezinho do INSS (PTN), que eu mostrei em matéria da última semana fazendo um ‘singelo desenho’ (veja aqui), se queixou de ‘jornalistas que vão tumultuar’, e disse – respeitando a minha ausência, claro! –  que aqueles que estavam lá eram os digamos, ‘jornalistas de verdade’.

Se eu for contar aqui às vezes que este mesmo senhor me elogiou… sigamos porque a questão é outra, não vou à Câmara atrás de elogiou. Vou vigiar o poder e os poderosos, porque no limite é a função da imprensa.

Eis que alguns vereadores, e não me espanta que tenham sido da base do governo, por que será?, aproveitaram o momento para dizer que ‘minha matéria foi muito pequena, diante da grandeza de Zezinho’, é muito comovente esta fala, vindo por exemplo, do líder do governo Jean Roubert (PTB), que mostra ter aprendido muito da escolinha de Zezinho, quem diria!

Ocorre que Jean, no alto da sua generosidade, esqueceu-se de apontar o que de fato chama atenção no texto. O vereador Zezinho acusou a Embasa de cometer homicídio em massa em Paulo Afonso, vamos à sua verborragia: ‘A Embasa está matando o povo de Paulo Afonso’, quem mata alguém comete tcham tcham tcham!

Então eu chamo atenção para o ‘virtuoso’ vereador – com sua calunguinha- ,  no momento em que a oposição discute a permanência da empresa, faz-se de João- mudo: onde está a revolta de Zezinho? De resto, onde mora a voz covarde do líder do governo, que hoje se omite da discussão, a fim de preservar sua base eleitoral?

Digame-me cá: por que será que pensar incomoda tanto? Por que será que denunciar as malandragens que nos levam para o buraco causa tanta revolta? Eu prefiro ser, para ficar nas palavras do líder do governo ‘uma pequena jornalista’, que se apega a desenho, esquecendo o messianismo assistencialista que faz Zezinho se perpetuar na Câmara, para mostrar ao povo como age um covarde, do que ser grande como ele acha que é.

Leitores, reitero: eu sou pequena, pequenininha, mas não me vendi. Eu continuo em pé. Nunca disse a ninguém que seria candidata a prefeita de Paulo Afonso, contra um clã que domina a cidade, e depois me acovardei, indo procurar uma mamada. Eu sobrevivo, de forma pequena e simples com o meu trabalho. E enquanto eu o fizer, vocês podem contar com a minha pequenez, mas que olha no olho. E que não se cala diante dos desafios.