Luiz de Deus que foi ‘pro sacrifício’ pode ter que estender o caminho do calvário, ou por outra: falta oposição

O então candidato a prefeito de Paulo Afonso, Luiz Barbosa de Deus (PSD), em entrevista à RBN, antes de começar a corrida porta a porta,  afirmou sobre sua candidatura que  ‘estava indo para o sacrifício’.

No ‘caminho do seu calvário’, para usar sua metáfora, se desenhava uma disputa inusitada e feroz, contra uma das pessoas que talvez o político mais admirasse nesse meio: o irmão Paulo de Deus (PMDB), distante do páreo há 12 anos, mas que apresentava uma força impressionante; ainda para trazer dissabor ao embate, uma  conjuntura adversa: caminhando de mãos dadas com o PT, partido que, como é do conhecimento geral nunca gostou, ao contrário, Luiz  sempre fez questão de se posicionar contrário aos programas sociais que o PT  apresentava como soluções para o Brasil, como foi o caso dos  Mais Médicos e o programa habitacional Minha Casa Minha Vida – que batizou de ‘casinha de pombos’, some-se a isto, sua labuta na política, a derrota do último pleito, quando tentou a Assembleia do Estado e tem-se uma compreensão boa do ‘seu sacrifício’.

Luiz começa o governo sete meses depois e agora é a vez da oposição tirar as mãos do chão

Demorou muito, mas é preciso reconhecer que Luiz de Deus já apresenta mudanças: privilegiou o funcionalismo com salário defasado há quase duas décadas – por força da lei colocará um concurso público na praça; na saúde, ver-se um movimento positivo, reestruturando o Hospital Municipal; tem ações também na área rural e está sim conduzindo o governo promovendo mudanças na má educação costumeira dos gastos públicos. Para lembrar Epidauro Pamplona, está obrigando muitos mamadores do erário a procurar o ‘matinho’, porque as latrinas estão fechadas.

São pontos positivos de seu governo que, se a oposição não se organizar, dará ao prefeito que agora tem agenda, terreno para sua sucessão. Sim! Não duvidem, ou a  seu sucessor – caso a idade lhe pese mais-, nos dois cenários, tanto com Luiz como com alguém de sua confiança, já é possível vislumbrar o continuísmo ‘dos deuses’, quer pela ausência de um adversário que não apresente mais do mesmo, quer pela burrice do PP em insistir numa tal ‘união das oposições’ em vez  de apresentar uma caminhada sólida e projetos claros de governo, que não tenham sido fabricados  nas coxas, e naturalmente pela desconfiança da população em apostar tudo em nomes novos, sem histórico e sem dinheiro, opção no restante do cardápio.

 Jean Roubert se romper pode catalisar

O líder do PTB, caso tenha no gene o mesmo material de Abel Barbosa, emancipador e ex-prefeito de Paulo Afonso, não ficará ‘na porta estacionando os carros’, se colocará como opção à continuidade dos deuses, ainda que, havemos de convir, seja o próprio ‘híbrido’. Jean não tem o que perder. Aliás, tem, se ficar sem ser uma coisa nem outra. Que identidade tem um político que nem é governo, porque ignorado, nem oposição? A quem serve o vereador? Aos interesses do povo, pode dizer um devoto. Se fosse novela, mas aqui é política, amigo.

Jean não vai dispensar a oposição, então como ficam os grupos formados pelo PMDB e o PP?

O casamento entre PP e PMDB, foi aquele para salvar a fortuna da família. Não existia amor, nem amizade. Estava fadado a desmoronar mal  rompesse  o semestre, a suspeita de traição estava no canto dos olhos e nas conversas ao  pé do ouvido. Era, contudo, o remédio possível, que só não vingou porque com Raimundo Caíres (PSB) não tem misericórdia, morrem, afinal, os dois de fome.

Resta evidente que se Jean romper, e o fizer agora, começará sua caminhada para disputar a prefeitura precisando de apoio moral e político,  o flerte com vereadores da oposição acontece  abertamente, o negócio é que apoiar Jean na atual conjuntura, é pedir esmola para dois. Ele tem caráter, ideias e força de vontade, mas sem a prefeitura é certo que não teria 2,5 mil votos.

Como ninguém quer perder, tudo se destina  para uma vida ainda mais longa na oligarquia dos ‘deuses’, que por seu turno, também não se vê obrigada a grandes esforços para transformar Paulo Afonso, tanto faz ser Luiz, como ‘João’, que amava ‘Maria’, que amava ‘Raimundo’, que amava ‘Paulo’ que amava Tereza, que não amava ninguém.