Por Francisco Nery Júnior
Luís Inácio da Silva, Lula, volta à presidência da República pelo voto popular. Com voto popular, queremos dizer com os votos do Nordeste acrescidos dos votos de dois estados do Norte.
O Nordeste é, de fato, o responsável pela volta de Lula ao poder. Assim sendo, podemos pleitear, melhor dizendo reivindicar, parte do poder representado pelo Poder Executivo.
Não se trata de estarmos de olho no loteamento do poder. Nós queremos significar um retorno que demora a chegar. Dessa maneira, podemos exigir, data vênia do futuro senhor presidente, a encampação de projetos importantes para nós nordestinos, a viabilidade e a importância dos quais saltam aos olhos.
Podemos resumir a nossa ambição na implantação da malha distribuidora da água do São Francisco transposta para o Nordeste seco, a chamada capilaridade. Depois, vem a conclusão da Ferrovia Leste-Oeste. E chamamos a atenção para o que nos parece visceralmente óbvio que é a implantação de projetos de geração de energias alternativas a partir da energia do sol e do vento (em última análise também do sol). Vento e calor solar, temos em abundância.
Como no caso do petróleo para os árabes, o nosso vento e o nosso calor podem nos proporcionar divisas inimagináveis. Poderemos nos transformar em exportadores de energia elétrica produzida sem poluição. Segundo uma fonte, o potencial de exploração da energia eólica no mar do Nordeste pode ser comparado ao potencial de várias usinas de Itaipu.
Desta forma, o Nordeste que acaba de entregar o poder executivo do Brasil a Inácio Lula da Silva para os próximos quatro anos tem a obrigação e o dever de lhe passar, para consideração e execução, a pauta [mínima] que acabamos de expor a menos que, do alto da sua experiência, tenha, em prioridade, algo ainda melhor e mais proveitoso para os nordestinos que pacientemente têm aguardado a sua vez.