Opinião: ‘O que aconteceu no velório do ‘Chefe Abel’ foi muita falsidade e safadeza’

“Sim, a conversinha é essa e o coro do bode não aparece”

Dulcinete Freitas ‘Dona Dulce’, 83 anos, foi contemporânea do ex-prefeito Abel Barbosa, ‘Chefe Abel’, morto mês passado aos 89 anos.

Abel nunca lhe descera bem na goela, por algo que segundo conta, ele teria feito a ‘uma de suas meninas’.  Porém, tanto tempo depois, Dulce se diz indignada com a ‘comoção’ da classe política de Paulo Afonso, cuja afirma, deixou Chefe Abel abandonado por tantos anos e depois foram chorar em sua despedida.

Antes de prosseguir com a opinião de Dulce, deixe-me lembrar os versos do compositor Nelson Cavaquinho: “/Me dê as flores em vida/ o carinho, a mão amiga/ para aliviar meus ais/ depois que eu me chamar saudade/ não preciso de vaidade/ quero preces e nada mais…/”

Quando saiu o cortejo para o cemitério Padre Lourenço, depois de ouvir toda sorte de discurso, incluindo aqui o prefeito de Paulo Afonso, Luiz de Deus [de quem é eleitora declarada] e ver os vereadores brigando para sair na foto, digo segurar o caixão, Dulce rodou a baiana:

“Aí ficaram porque Chefe Abel é isso, era aquilo, aquele negócio todo sabe, então eu me zanguei e disse que eram todos falsos porque quando ele estava doente nenhum foi lá visitar”, disse Dulce.

Segundo conta, uma senhora a abordou e disse que ela tava era por fora, pois a Câmara aprovou um auxílio para Abel, Dulce, como de costume replicou cruelmente: “Para que agora no fim da vida?, três meses depois ele morreu. Minha filha para comer papa e comprar o leite ele já tinha o salário dele, eu quero saber é porque nunca deram uma casa a ele, para que ele morasse numa rua boa dessas, como a das Flores, dos Coqueiros, e não ficar lá onde ele vivia.”

Eis aí uma boa pergunta.  Dulce para chatear mais um pouco, ficou na porta do antigo fórum abordando os carros e dizia: “Sim, a conversinha é essa e o couro do Bode não aparece.”

Como diz Tom Jobim: “Se todos fossem iguais a você, minha Dulce”