PAULO AFONSO – Criada há quase 16 anos, a Lei Maria da Penha marca o início de transformações importantes pelos direitos da mulher no Brasil. No entanto, o aumento substancial da violência doméstica e familiar contra a mulher, desafia a eficácia da lei, especialmente em municípios cuja estrutura de proteção à mulher está incompleta.
O fato registrado neste Dia Internacional da Mulher pela Rádio Bahia Nordeste, é chocante, causa revolta e, ao mesmo tempo, em nós mulheres, uma sensação de incapacidade e medo (OUÇA ENTREVISTA ABAIXO).
Uma mulher de 34 anos, que mora no BTN, está sob ameaça de morte. Seus familiares temem que ela deixe a casa onde morou com o ex-companheiro e seja morta no meio da rua, antes mesmo de chegar à delegacia de polícia para prestar queixa.
A mãe da vítima está desesperada. Diz que já procurou a polícia, que o acusado foi preso no último domingo (06), após acusação de agressão, e solto no dia seguinte.
“No último domingo, ele deixou ela mole de pau, bateu, bateu, bateu, e não matou ela porque algumas amigas chegaram e acudiram ela. A polícia já pegou ele na mão dos outros.”
A mãe diz que não há segurança para a filha ir e depor: “Ela se separou na semana passada. Não dava certo, porque ele vivia tentando matar ela dentro de casa.”
“Ele dá chute na porta: “abra a porta!”, mas como ela vai vir?, ela não pode, a polícia tem que ir lá, porque eu não vou deixar ela sair de casa, e se ele pegar ela no meio da rua vai estrangular ela!”, relata a mãe.
“Depois que ela estiver morta a polícia só vem buscar o corpo, como vocês sabem”, resume a situação trágica, a mãe.
O relacionamento entre eles começou pela internet.
Para uma situação desoladora como esta, nota-se, só existir a Lei Maria da Penha não adianta. A lei existe, a Deam idem, e a vítima está em cárcere, com medo de ser morta na esquina.
OUÇA ENTREVISTA COM A MÃE DA VÍTIMA