27 de julho de 2025

Rompimento de barragem em Brumadinho. Por Francisco Nery Júnior

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REDAÇÃO - PA4.COM.BR

Bombeiros continuam os trabalhos de busca e resgate das vítimas da avalanche de lama em Brumadinho nesta segunda-feira. ANTONIO LACERDA EFE



 

 

Três anos pós o rompimento da barragem de rejeitos da Vale do Rio Doce em Mariana, novo rompimento em Brumadinho, também em Minas Gerais. Sete cadáveres encontrados até agora, cerca de duzentos desaparecidos e prejuízos incalculáveis. Estamos falando da Vale do Rio Doce, a terceira maior mineradora do mundo. O leitor deve estar acompanhando a cobertura da imprensa, competente e precisa, desta tragédia que indiscutivelmente compromete, mais uma vez, a imagem do Brasil no mundo globalizado; tragédia que não poderia ter acontecido [de novo].

 

O senhor presidente da Vale afirma ter o comprovante que a barragem foi vistoriada por uma empresa alemã especializada há menos de um mês, embora estivesse desativada há três anos o que nos autoriza a desconfiar de sabotagem. Tomando como certo que o presidente fala a verdade, desconfiamos de sabotagem.

 

Desta vez, a preocupação para nós de Paulo Afonso é maior. Os rejeitos desembocaram em um afluente do São Francisco cuja água bebemos. Dentro de cerca de um mês, alguma coisa do lixo de minério da Vale deverá estar chegando por aqui.

 

Não pretendemos discutir com o leitor por que cargas d’água várias barragens de rejeito, repletas de poluentes vários, situadas a montante de vilas e cidades, não são construídas e inspecionadas seguindo as mesmas regras de segurança das barragens das nossas hidrelétricas.

 

Mas, nós em Paulo Afonso, podemos pensar que lições poderemos aprender com o descaso inconcebível com a vida e a tradição; patrimônio e esforço daquelas populações. Poderíamos questionar, por exemplo, as inspeções periódicas das nossas barragens pela Chesf. Confiamos nos técnicos da empresa. Gostaríamos apenas de saber se essas inspeções estão sendo feitas com o devido rigor.

 

Por outro lado, que situações potencialmente perigosas poderiam ser evitadas? Enquanto não tivermos uma ponte urbana, a proteção lateral da ponte do canal, ponte rodoviária, não deveria ser elevada? Considerando que o tronco é mais pesado que as pernas, uma pessoa que receba um “tombo” para o lado fatalmente não cairia no canal? E a proteção logo acima da estação rodoviária? Uma carreta desgovernada seria retida ou passaria por cima arrasando com tudo e todos à frente como a lama da Vale?

 

Parece também justificável a nossa preocupação com a ponte metálica entre Bahia e Alagoas. Como estão sendo feitas a inspeção e a manutenção? A concepção da década de quarenta suportaria sem preocupação o peso de carretas cada vez mais possantes?

 

Paramos por aqui. O leitor certamente vai levantar nos comentários mais alguns pontos ou situações perigosas na nossa região. Estamos certos que as nossas autoridades estarão prontas para a devida análise e providências necessárias.

 

Por Francisco Nery Júnior

 

 







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COMENTÁRIOS

Comentários 3

  1. A na says:

    Meu Deus abençoa nós todos

  2. Anônimo says:

    Só atualizando, o nome da empresa é apenas VALE, ela deixou de se chamar CVRD desde 2007.

  3. F. Nery Jr.i says:

    Em se tratando da Vale, valeu, companheiro Anônimo. Desculpe-me a falha.

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