Por Francisco Nery Júnior
Os homens maus costumam usar o achincalhamento pata tentar derrubar os bons. A gozação, a troça, a moça ou a galhofa muitas vezes funcionam. Repetidas vezes, elas vêm camufladas de elogios. Pode ser o caso de uma manchete estampada na assim chamada mídia.
“Complexo eólico totalmente operado por mulheres em Tucano na Bahia”. Por que o detalhe “por mulheres”? A ideia carregada pela expressão é de surpresa, algo inesperado ou fora da regra, do esperado. Por que não esperar que mulheres sejam capazes de operar um complexo eólico? Elas – também – nascem, crescem, estudam e se tornam capazes de operar o que quer que seja.
A ênfase poderia se restringir à retumbante e convincente instalação de um complexo eólico em uma cidade do interior da Bahia. Tecnologia de ponta captando e transformando a força do vento em energia fundamental para o desenvolvimento de uma região longamente esquecida pelos poderes da República.
A turma lê os livros de História, mas parece se esquecer do que leu. Adora esquecer, poderia ser dito. Esquecem-se eles da Débora da bíblia, juíza de Israel antes do primeiro rei Saul. Desconhecem Indira Gandhi da Índia, assassinada provavelmente por ser muito boa na gerência de um país tradicional e populoso. Deixam de lado Golda Meir, anciã cancerosa de 73 anos que comandou generais israelenses contra vários países árabes ávidos por destruir o estado judeu moderno. E deixam passar a gerência ponderada e capaz de Ângela Merkel ciente do papel de uma Alemanha que foi vencida na Segunda Guerra Mundial.
Se formos para a bíblia, verificaremos que a concepção de coadjuvante implica pé de igualdade com os homens. Eva, a mulher, na verdade se originou de uma costela de Adão para, numa engenharia extremamente fantástica, nos dar à luz após amadurecermos todos no interior do seu ventre por nove meses.
Juntos, irmanados e entrelaçados, aqui estamos para a construção de um mundo melhor para todos nós.
