‘Vamos deixar de história da carochinha que o povo quer resultado’, diz Antônio Alexandre

Se a legislatura que findou em 2016, caminhou trôpega, é preciso reconhecer que esta começou bem. Alguém pode me corrigir e dizer que pior do que a Câmara se comportou ano passado não era possível ficar. Contudo, o resultado prático das dissidências de Antônio Alexandre e Luiz Aureliano – eleitos na base do governo e depois migraram para o PMDB, renderam resultados.

Há de se ver também o resultado eleitoral, onde somados os votos, a oposição ficou com a fatia maior, e uma diferença de 2.700 votos tiraram a prefeitura de Paulo de Deus (PMDB), logo, o cenário está favorável a quem queria trabalhar para o povo – o que vale também para os vereadores da bancada governista.

Quando se diz que o Legislativo se comporta com mais dignidade, vamos colocar nestes termos, não implica que tenha a todo momento que bombardear o Executivo ou que os vereadores falem sempre mal do prefeito, mas que saibam separar as coisas.

Algumas votações ocorridas na legislatura passada foram vexaminosas, particularmente as que garantiram crédito adicional suplementar ao prefeito Anilton Bastos (PDT). Em cima da hora, sem que houvesse tempo para explicar o porquê daqueles projetos, e sem que os vereadores – exceto alguns da oposição –  demonstrassem interesse em sabê-lo.

E este não pode, em hipótese alguma, ser o comportamento de uma Câmara Municipal. Sobre esta função e a repercussão negativa da população, o vereador Antônio Alexandre falou ontem:

″Nós vereadores precisamos fazer diferente das outras legislaturas, o povo já não suporta essa história de carochinha de sempre, o povo está cansado da mesmice″, disse.

Em seguida, o vereador que sucedeu a Marconi Daniel (PHS), na Tribuna, desdenhou de sua, digamos, distinção à obra inaugurada por Luiz de Deus. Segue Alexandre:

″Em primeiro lugar, vamos deixar claro que Paulo Afonso hoje continua parada, ora, dois anos depois que uma obra ficou pronta para ser inaugurada – pois disseram que seria em 2014, aí aqui falam como se fosse a coisa mais importante para Paulo Afonso, é claro que um colégio que foi prometido na legislação passada era obrigação do prefeito cumprir, até porque se trata de uma gestão baseada em recursos″.

E falando nisto, por onde anda a promessa da UTI

Agora, até mesmo a promessa de um dia implantarem a UTI em Paulo Afonso anda desaparecida. Ninguém escuta mais falar nisso.

″No discurso a UTI já foi implantada há muito tempo, nós precisamos de ação, de verdade, nós não precisamos de vereador para fazer favor pessoal as pessoas, o papel do vereador é representar o povo aqui da melhor forma possível″, explicou o vereador.

Alexandre ainda citou a Secretaria de Saúde, e falou dos ‘favorzinhos’ que alguns vereadores fazem e depois vão tirar vantagem do eleitor às custas do dinheiro do povo:

″A saúde do nosso município tem muito dinheiro para atender ao nosso cidadão (…) aí quando chega na eleição fica facinho ‘eu dei isso e aquilo’ quando na verdade é o dinheiro do povo″.

A população deve esperar mais um pouco e ver o que tem mesmo a dizer um gestor com quase 300 milhões de reais para gerir. A antes que ele o faça, a Câmara tem a obrigação de fiscalizar se caminha bem ou mal.